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Os senhores da guerra

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JOÃO LUIZ MAUAD *

Desculpem o meu ceticismo, mas não dá para acreditar que o ditador Assad tenha atacado a população síria com gases químicos.  Não que Assad seja um santo.  Longe disso.  Trata-se de um déspota que vem tiranizando a população daquele país há décadas.  O problema é que um ataque daqueles, nessa altura do campeonato, não interessava em nada ao ditador.  Pelo contrário, as imagens tétricas das vítimas só serviram para jogar o mundo inteiro contra ele, inclusive os senhores da guerra.

Na verdade, há sérias controvérsias acerca de quem realmente usou as armas químicas.  Quem já se deu ao trabalho de investigar um pouco mais detidamente a guerra civil na Síria sabe que não se trata de uma luta entre mocinhos e bandidos.  Qualquer dos lados que você escolha, só encontrará bandido.  Do lado do governo, o notório Assad e, do outro, ninguém menos que a própria Al-Qaeda.  Os mocinhos dessa história querem mais é distância do conflito.

Portanto, caso Obama decida atacar as forças de Assad, muito provavelmente estará ajudando aqueles mesmos radicais que, há apenas doze anos, derrubaram as torres gêmeas e mataram milhares de americanos, no coração de Nova York.  E, quando o governo cair, inimigos muito piores que Assad estarão no comando do estado sírio, tal como aconteceu anteriormente no Afeganistão, na Líbia e no Egito, para ficarmos apenas nos exemplos mais famosos.

É óbvio que o melhor que os americanos têm a fazer é manter distância do problema sírio, mas isso parece impossível, já que a guerra parece impregnada na política daquele país.  Ainda ontem, alguns dos falcões do Partido Republicano deram o “nihil obstat” às pretensões  de Obama e, infelizmente, parece que a proposta passará sem muitos traumas pelo Congresso.

Pegando o gancho de um comentário recente, no Blog do Coyote, eu ousaria dizer que Barack Obama é a pior coisa que poderia ter acontecido para os Estados Unidos. E não necessariamente porque ele promove algumas das piores políticas possíveis – espionagem doméstica, tratamento agressivo contra delatores, desrespeito arbitrário da constituição, concessão de favores especiais a conglomerados econômicos, política fiscal altamente expansionista, aumento exponencial dos gastos e da dívida pública, etc.

O problema maior é que Obama é amado quase incondicionalmente pelos democratas, que seriam os defensores naturais das liberdades civis (fora do âmbito econômico, evidentemente) e opositores do belicismo atávico dos neoconservadores.   De fato, os democratas parecem agora acreditar que qualquer política é válida, desde que o seu idolatrado “garoto” esteja no controle.

* ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

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