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Materializando a suspeita de bolha imobiliária no Brasil

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BERNARDO SANTORO*

Uma reportagem da Infomoney correu as redes sociais nessa semana por conta de uma interpretação humorística. Segundo o site, o professor Robert Schiller, de Yale, em palestra na Bolsa de São Paulo, disse que não vê justificativa para o aumento do preço de imóveis e que provavelmente há uma bolha imobiliária no Brasil. Citou ainda um péssimo argumento para a existência de bolhas econômicas: “é algo contagiante que nasce da percepção das pessoas que é fácil ganhar dinheiro com algo”.

Essa nada mais é que a inacreditável tese dos “espíritos animais” de John Maynard Keynes, tachando os seres humanos literalmente de irracionais. Como eu não me considero um ser irracional, tanto que estou aqui escrevendo, e como não considero você, leitor, um ser irracional, pois escrevo esse texto para você, vou lançar mão da fantástica teoria austríaca dos ciclos econômicos para trazer uma explicação menos maluca para essa bolha imobiliária.

Para a TACE, o ciclo econômico é uma consequência do excesso de crédito na economia, ocorrida em virtude da falta de poupança, e tal fenômeno ocorre por uma escolha política do governo e instrumentalizado pelo Banco Central, que reduz as taxas de juros em demasia, criando no processo várias bolhas especulativas, pois o excesso de dinheiro no mercado faz as pessoas terem a sensação prática que existe mais riqueza no mercado do que realmente existe.

Então se vê que esse comportamento social não é um “achismo” das pessoas, ao contrário do que falou o professor de Yale, pois ocorre um excesso concreto de crédito na economia, e as pessoas reagem a esse estímulo investindo e gastando mais, ao invés de poupar.

No caso concreto brasileiro, temos o aumento de crédito em toda a economia feita pelo governo através da redução da taxa de juros (que chegou a baixas históricas) e a expansão agressiva da base monetária, que quadruplicou nos últimos dez anos, ou seja, o governo criou muito dinheiro do nada. Soma-se a isso o programa “Minha Casa, Minha Vida” que aumentou dramaticamente o acesso ao crédito imobiliário, e também uma legislação urbana bastante opressora, que limita o gabarito das construções nas cidades e ordena, de forma bastante discutível, onde serão construídas novas moradias, reduzindo gravemente a liberdade de construção de moradias.

Havendo um excesso de dinheiro estimulando a demanda por imóveis, uma falta de oferta criada pela legislação urbanística dos municípios e o próprio fato da população brasileira continuar em crescimento demográfico, claro que teremos uma bolha racionalmente compreensível.

Só que as pessoas estão cada vez mais endividadas, e somente quando a sociedade brasileira não mais suportar esse excesso de crédito é que poderemos saber qual o tamanho real dessa evidente bolha imobiliária causada pelo governo brasileiro.

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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