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Os jovens e o Estado: a China de 1989 e a Venezuela atual

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Comprei este poster do protesto de estudantes chineses, ocorrido em junho de 1989 na Praça da Paz Celestial de Pequim, em agosto daquele ano, numa loja especializada em posters que existia na Columbus Ave. esquina com a Rua 72, em Nova Iorque:

Desde então, ele sempre esteve comigo, pendurado na minha sala de trabalho. Ele tem um significado icônico que transcende os fatos, as versões e as lendas sobre o protesto de estudantes chineses que foi severamente reprimido pelo governo comunista de Deng Xiaoping. O interessante nessa história é que, diferentemente do que parece, os estudantes eram contrários à abertura econômica que o premier chinês vinha implementando depois da deposição dos comunistas conservadores ligados a Mao Tsé Tung.

Apoiados por entidades sindicais estrangeiras, que temiam a queda dos salários e empregos com a concorrência chinesa nos mercados internacionais, estudantes e políticos reacionários se opunham à liberalização da economia da China que havia iniciado anos antes com a institucionalização da propriedade privada, com a privatização de empresas estatais e com a abertura do mercado para o mundo. Diferentemente do Brasil que, mais ou menos na mesma época, promoveu um processo tímido de privatização, mas que, por outro lado, ampliou a taxação e a regulação da atividade econômica, principalmente do comércio internacional, dificultando no longo prazo o fluxo de capitais.

A China foi adiante e intensificou, pelo menos na economia, a aplicação dos princípios básicos do capitalismo. Tal decisão fez com que quase um bilhão de chineses deixassem a miséria absoluta e o estado de semiescravidão em que se encontravam para aspirar o desenvolvimento pessoal, não apenas material, mas também intelectual. E não apenas isso pois ao levar ao mundo os benefícios de sua elevada produtividade, que resultou na incrível redução de preços dos mais diversos produtos criados pela modernização dos processos fabris e resultantes da onda de inovações disruptivas advindas com a revolução digital.

Essa imagem onde um jovem estudante se posta perante uma coluna de tanques, tem sido comparada com outra, mais recente, registrada nas ruas de Caracas, onde uma jovem tenta isoladamente impedir o avanço de um carro blindado da polícia venezuelana. Diferentemente do que fizeram os líderes chineses nos últimos 40 anos, ao transferirem para os indivíduos as decisões econômicas que afetam suas vidas diretamente, vemos no país latino-americano, um governo totalitário indo no sentido oposto, fechando a economia e violando todos os direitos individuais da população, o que levou o que era uma economia medianamente desenvolvida ao absoluto colapso.

Se as imagens são parecidas, o que há por trás delas é substancialmente diferente. Na China, havia uma intenção por parte dos governantes de promover mais liberdade para a população do que existia antes. Já na Venezuela, a intenção do governo é inequívoca, manter o poder de seus ocupantes reprimindo a população violentamente, impondo uma tirania assassina e inescrupulosa que se espera estar com os dias contados.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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