O vazamento pelo site WikiLeaks e nós
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
O vazamento pelo site WikiLeaks de 250 mil telegramas diplomáticos trocados por representações diplomáticas norte-americanas e o governo do país vem trazendo e vai trazer mais indesejadas conseqüências, a par de reações de várias naturezas.
Em relação ao Brasil, os documentos vazados não surpreendem em sua essência. A suspeita de que Dilma Rousseff, presidente eleita, seria contrária a um plano antiterror não surpreende ninguém, dado que seu passado justificaria suas ações. Membro de uma organização terrorista, à época da última ditadura no Brasil, Rousseff jamais renegou seu passado. Trotskista de origem, como toda a grande maioria das organizações que combatiam, com armas, o Movimento de 1964, não pretendia para o Brasil uma democracia representativa, senão uma ditadura comunista ou eufemisticamente, “do proletariado”.
Não é surpreendente o vazamento da WikiLeaks sobre a posição de Dilma em relação ao terror e aos EUA. A política externa brasileira não tem feito outra coisa senão apoiar líderes carismáticos e de perfil ditatorial, como são os casos de Hugo Chávez e Ahmadinejad, para não falar em ditaduras africanas.
Em qualquer país do mundo menos tolerante com a desfaçatez, Marco Aurélio (Top-top) Garcia, organizador do Foro de São Paulo que apoiou, durante anos, as FARC colombianas tratando-as como “movimento insurgente”, seria questionado sobre a ocupação do Complexo do Alemão que é, verdadeiramente, uma FARC brasileira. Afinal, qual seria a diferença entre os narco-guerrilheiros e “nossos” Zeu, Elias Maluco, Marcinho VP e outros “líderes” menos conhecidos?
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
in ‘Comentário do dia’ 30.11.2010
**Estado de São Paulo, p. A14; Estadão.com.br/ Internacional, 30.11.2010
VIII Prêmio DSJ: “Liberdade de informação: o papel da mídia”
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