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O silêncio dos bons: O mesmo exemplo

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Meu artigo A Teoria da Ocupação dos Espaços: Um exemplo, publicado no começo desta semana, repercutiu de duas maneiras distintas. Enquanto muitos estudantes viram suas insatisfações relatadas no texto, a atual gestão da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura, muito talentosa para fazer poemas sobre democracia e liberdade, sentiu-se ultrajada ao saber que alguém ousou criticá-la. A reação da FENEA, por meio de seus diretores e apoiadores, seguiu o padrão do partido que governa o Brasil: indignação sem contra-argumentação seguida de um frenesi de manifestações agressivas tentando desmoralizar o autor. Vamos a ele.

Ainda sou a pessoa que mais participou de Encontros, 56 no total, tendo participado também de muitos outros eventos e projetos da FENEA e ocupado uma diretoria onze anos atrás. Participei dos Encontros de muitas maneiras: como participante comum, como oficiante, como apoio e como palestrante, depois de formado. Tanto nas reuniões e nas plenárias dos Encontros, quanto em diversas oportunidades quando eu ainda estava na faculdade, sempre fui um apaixonado defensor da FENEA e das Comissões de Organização dos Encontros (COMORGs), mesmo com todos os problemas que eu enxergava. Sim, havia muitos problemas e muitas divergências, mas não havia conotação política-ideológica que chegasse a intimidar alguém. As pessoas, independentemente de suas inclinações, naturalmente cooperavam umas com as outras em função da afinidade com um ou outro projeto.

Fora dos Encontros, eu também tentava divulgar a Federação e elogiar os EREAs e ENEAs (Encontros regionais e nacionais) por meio de artigos e dos livros que publicava e também nas palestras que oferecia (na maioria das vezes de graça) em diversas faculdades de arquitetura do país. Nunca fui daqueles que suspiram… “no meu tempo era melhor”. Sempre afirmei que os Encontros, como um todo, melhoravam ano após ano. Minha crítica atual é em relação a uma gestão específica por conta de posicionamentos e de ações específicas.

Mesmo nas palestras mais recentes, já ciente dos “novos rumos” da Federação e dos Encontros, eu me restringi a falar apenas sobre o tema proposto, Ambiente e Processo Criativo, negando-me a aproveitar a oportunidade para politizar a “coisa”. Mesmo sabendo dos novos rumos, eu continuava convidando os estudantes a conhecerem a FENEA e a participar dos Encontros. Porém, de alguns dias para cá, fui convertido a inimigo da federação.

O absurdo: discordei dos rumos que a FENEA e que os Encontros estão tomando.

O crime: Manifestei publicamente minha discordância.

O agravante: Publiquei minha opinião em mídias de projeção nacional.

O Diretor Geral da federação, em vez de demonstrar a serenidade e a lucidez que o cargo exige, lendo, refletindo e se manifestando especificamente sobre o teor do texto, liderou as agressões e as chacotas à minha pessoa. Versões canalhas sobre minha vida, sobre meu caráter e sobre meu trabalho foram jogadas no ventilador com extrema covardia, motivando absurdos como, por exemplo, a ideia de apagar os murais que pintei em diversas faculdades do Brasil ou simplesmente depredá-los. Eis os anjinhos socialistas que LUTAM por um mundo melhor, mais justo e tolerante.

Estes murais, é importante dizer, foram viabilizados por estudantes de outras turmas, de anos passados, em oficinas coletivas compondo atividades acadêmicas.

Para minha sorte, as reações dessas pessoas não interferem na minha vida. O que me preocupa é o poder de intimidação que elas têm sobre outras pessoas.

Desde a publicação do artigo, recebi incontáveis mensagens de estudantes não apenas manifestando apoio, mas também desabafando sobre a intimidação ideológica que prolifera na maioria das faculdades de arquitetura do país.

Uma verdade percebida por muitos é que o extremismo ideológico sempre é exercido por pequenos grupos; e a verdade percebida por poucos é que esses grupos conseguem poder ocupando os espaços criados pela apatia da maioria das pessoas – o silêncio dos bons em benefício da arrogância dos maus. Uma prova disso foi que a grande maioria das mensagens foi enviada reservadamente. Quando eu pedia para as pessoas se manifestarem publicamente, lia basicamente as mesmas respostas: “Não quero me expor porque acabo ficando mal visto na faculdade”, ou… “não tenho mais paciência, eles não querem ouvir ninguém”. Os mesmos que se negam a ouvir opiniões opostas às deles em suas faculdades e no ambiente da FENEA, se apresentam como aqueles que permitem que “vozes antes silenciadas” agora possam ser ouvidas. Há quem acredite.

A FENEA atual reedita sua própria história dizendo que antes os Encontros eram infernos de intolerância e de egoísmo, que os participantes mais velhos só pensam em si mesmos e glorifica os recalques particulares de uma minoria como justificativa para a normatização da conduta de todos os outros estudantes.

A Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura foi criada para que as pessoas pudessem se relacionar umas com as outras enquanto pessoas, não como membros de um ou de outro grupo; e tinha como principal preocupação criar o ambiente ideal para que o respeito fluísse (fluísse!) entre elas, e que desse respeito brotassem afinidades, e que dessas afinidades brotassem projetos e ações para ajudar outras pessoas, “fora dos tapumes” dos Encontros. Conseguiram. Por meio da ação voluntária de indivíduos, inúmeras atividades foram realizadas, beneficiando diversas comunidades e que moldaram positivamente a vida de dezenas de milhares de estudantes ao longo de mais de 30 anos. Passado.

Hoje, a FENEA comporta-se como o principal vetor de discriminação, de doutrinação ideológica e de normatização de conduta. Faz lindos poemas sobre liberdade impondo normas. Faz lindos discursos sobre democracia deliberando em benefício dos projetos ideológicas de seus diretores. Enaltece a necessidade de promover a tolerância e o amor reagindo com intolerância e com ódio contra aqueles que a contestam. Fala de futuro enquanto despreza aqueles que a construíram.

Por conta da repercussão do meu ultimo artigo, literalmente milhares de estudantes de arquitetura puderam ver claramente como pensam e como agem os “anjinhos” que hoje controlam a FENEA e algumas COMORGs, no entanto, provavelmente sintam-se ainda mais intimidados a se manifestar, dada a violência das reações que assistiram. A dolorosa verdade, comprovada pela história, é que a maioria das pessoas acaba sendo vítima de sua própria virtude ao não se interessar por política.

Que desse diagnóstico fique uma sugestão: Aqueles que querem que a Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura volte a ser uma entidade agregadora e balizada na liberdade, precisam se manifestar. Se todos os estudantes manifestarem publicamente o que pensam, o que rejeitam e o que gostariam, com toda a certeza os rumos serão revistos.

Não. Não estou falando apenas da FENEA, nem sobre mim. Falo do Brasil, país onde até Fernando Gabeira é chamado de coxinha por criticar o PT.

 

 

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

3 comentários em “O silêncio dos bons: O mesmo exemplo

  • Avatar
    18/08/2015 em 10:42 pm
    Permalink

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  • Avatar
    09/08/2015 em 12:12 am
    Permalink

    Parabens João pelo excelente texto, e que reflete claramente o que vem acontecendo nas Universidades brasileiras, onde a grande maioria do DCE’s , estão infestados de esquerdista. Quanto a reação nervosa, e autoritaria desta FENEA, mostra bem o nivel de pessoas que fazem parte hoje de sua diretoria autoritaria, que não sabe conviver com opinioes deversas.

  • Avatar
    07/08/2015 em 4:56 pm
    Permalink

    João C. Melo, sinto muito que você tenha sido alvo da ignorância socialista. Tenha minha total solidariedade.
    Não sou da área de Arquitetura, sou técnico em projetos mecânicos, porém acho como você disse, não devemos nos calar, precisamos nos unir e mostrar realmente o significado da palavra liberdade e respeito.
    Acho seu diagnostico correto, por exemplo, até um ano atrás eu sequer sabia o que era direita, esquerda, centro, o que era conservadorismo, comunismo, socialismo ou liberal o que era reacionário. Somente quando me senti incomodado com a situação política que estamos vivendo é comecei a me interessar e pesquisar sobre o assunto.
    Eu reendosso seu pedido:
    Senhores Arquitetos, ocupem seus espaços:
    Apresentem-se e façam valer suas opiniões, não deixem pessoas ilegítimas, irresponsáveis e intolerantes ocuparem o espaço que pertencem a vocês.

Fechado para comentários.

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