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Aumento de salário de funcionários públicos nesse momento? Sério?

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aguÉ com certa incredulidade que leio a notícia de que foi aprovado, em primeira instância, projeto de emenda constitucional que vincula o aumento de uma série de categorias do funcionalismo público, principalmente membros da Advocacia-Geral da União, ao maior salário pago no funcionalismo público nacional, que é o de Ministro do STF. Essas categorias receberão entre 80% e 90% do valor do subsídio citado.

No momento em que as contas públicas estão indo pro buraco, com déficit primário em 2014 e primeiro semestre de 2015, lentidão na aprovação de ajustes fiscais e recusa do governo em cortar gastos de indicações políticas, a aprovação de uma proposta que trará impacto de quase 3 bilhões de reais por ano soa como um xingamento para toda a sociedade brasileira.

Entendo completamente a luta dessas classes por melhores salários. Alguns de meus melhores amigos são membros da AGU e sei do trabalho de ponta que fazem. Mas o fato de reivindicarem esse salário não pode significar automática aquiescência por parte do Congresso. O Brasil está falido, para ser mais direto.

Os próprios deputados, esquizofrênicos, sabem do erro dessa aprovação, e envergonhados, se auto-criticam, mas não lutam contra o altamente organizado funcionalismo público federal. Dizem que seus atos são irresponsáveis, mas os praticam assim mesmo. Essa frase foi falada pela líder do PCdoB e pelo líder do DEM na Câmara, em um raro momento de concordância de ambos, tanto na fala, quanto na prática antagônica.

No mês passado, as agências de investimento de todo o mundo mantiveram o Brasil com rating de grau de investimento, mas com tendência de retirada. Vendo o atual estado de coisas da administração pública, com intensa guerra política, onde nenhum lado da a mínima realmente para as contas públicas, o fim do grau de investimento é inevitável, e a partir daí, o custo para o rolamento da dívida, que hoje já é grande, passará a ser gigantesco, com total comprometimento dos recursos para investimento.

Estamos em um processo de autoflagelação que não tem fim. Como diria o ditado, “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Certamente que a casta política e o funcionalismo público serão os primeiros a pegar o pirão, até o momento em que não tiver mais nenhuma comida… para ninguém.

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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