ARTHUR CHAGAS DINIZ*

As recentíssimas medidas decididas na última convenção do 6º Congresso do Partido Comunista Cubano estão repletas de “novidades”.

Em primeiro lugar, Fidel Castro, pela primeira vez desde a vitória de Sierra Maestra, que deu origem ao regime, não tem cargo no Partido. A esperada “renovação” não ocorreu e Raúl Castro, com 79 anos, continua a ser o Primeiro Secretário do PC cubano e Presidente do Conselho de Estado.

O que nós, brasileiros, podemos aprender com Cuba, alvo da admiração exacerbada de homens públicos como Lulla e Zé Dirceu?

Creio que Raúl, ao diagnosticar o pouco afinco com que os funcionários públicos se dedicam a trabalhar para o Estado e, conseqüentemente, para o bem público, mostrou que os funcionários públicos não justificam os benefícios que recebem dele (Estado). É uma radiografia simples, até mesmo porque lá eles (funcionários públicos) não têm como ser comparados com os da iniciativa privada.

Talvez a declaração de Raúl seja mais contundente para os “socialistas” brasileiros que continuam dizendo que a privatização feita (insuficientemente) no governo de FHC foi um mal para o País.

Talvez alguns petistas de voracidade conhecida e muito pouca experiência de gestão, a partir do insuspeito discurso de Raúl Castro, possam, enfim, mesmo que sozinhos, refletir, “Senhor, dai-me a maravilhosa compreensão de que, por vezes, devo estar errado.”

*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL