RODRIGO CONSTANTINO *
Em sua coluna de hoje no GLOBO, Miriam Leitão mostra como tem nos custado caro a insistência no Mercosul. Esta tem sido uma aposta política, ideológica, não econômica. Ela diz:
O Mercosul, depois do salto no comércio logo após ser formado, está estagnado há dez anos como percentual da corrente de comércio do Brasil. Já foi 16% e agora é 9%. O principal problema do bloco é político. Os sócios entraram num beco sem saída com a suspensão do Paraguai e a entrada da Venezuela. A crise econômica da Argentina cria um impasse a mais.
[…]
Tudo posto, o Brasil está numa situação difícil. Ligado a parceiros com problemas econômicos, num bloco estagnado no comércio e em crise política.
Enquanto o Mercosul segue patinando nesse mar de lama, a Aliança do Pacífico fecha acordos comerciais mais interessantes, com menos ranço ideológico ou antiamericano. O Mercosul, verdade seja dita, representa atualmente o elo bolivariano na América Latina. Isso é um entrave para nossa economia. O Brasil está pagando um preço muito alto por essa escolha estritamente ideológica do governo atual, sob o comando petista.
Quanto mais tempo passa, pior fica para reverter esse quadro. O Mercosul fracassou. Isso precisa ser admitido com urgência. Ainda dá tempo de abandonar o bloco e partir para acordos comerciais mais vantajosos para os brasileiros. A idéia dos blocos comerciais é conquistar maior abertura comercial, reduzir barreiras protecionistas. Mas o Mercosul não quer nada disso. Ele é gerido por governos altamente protecionistas.
Está na hora de pular fora desse barco naufragando. Para isso acontecer, com certeza o PT não poderá estar mais no poder. Suas afinidades ideológicas com os demais membros do bloco impedem uma decisão racional e econômica. O PT prefere ser cabeça de sardinha a rabo de baleia. Para deixar o Mercosul para trás e mergulhar em águas mais livres, nadar mais rápido rumo ao progresso, o Brasil terá de se livrar do PT antes. É isso, ou continuar casado com parceiros que detestam a prosperidade possível somente com o livre comércio.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL