O fracasso da licitação dos blocos de gás
BERNARDO SANTORO*
A Revista Veja traz a seguinte notícia: “Dos 240 blocos terrestres que foram licitados hoje na 12ª Rodada de Blocos Exploratórios, somente 72 foram arrematados, ou seja, 29,7%. A Petrobras salvou o leilão: arrematou sozinha ou em consórcio 49 dos 72 blocos para a exploração de gás natural em terra”.
Isso significa que, na prática, dos 240 blocos exploratórios de gás, apenas 23 foram arrematados sem ajuda do governo, o que dá menos de 10% do total.
Conversando com alguns amigos e especialistas, foram vários os motivos apresentados para tal fracasso: falta de confiança no governo, falta de confiança nas instituições democráticas brasileiras, alto valor do pagamento de entrada, discordância sobre o modelo de concessão (excessivamente oneroso), falta de infraestrutura para o escoamento da produção, excesso de controle governamental na venda e distribuição dos produtos e até mesmo encarecimento dos custos básicos (mão-de-obra, impostos, etc).
Dada a variedade de argumentos, todos com uma desconfortante lógica, preferi não me manter em apenas um e deixei o cardápio livre ao gosto do leitor-freguês. Tirem suas próprias conclusões. A que eu tiro é que o governo precisa, urgentemente, desestatizar o setor e deixar que a riqueza nacional seja efetivamente extraída e usada por todos.
*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL