O Comitê Rio-2016 e Lewandowsky
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Na área da ética de negócios, está repercutindo muito mal o furto efetuado por funcionários do Comitê Rio 2016 de documentos (cópias) de arquivos do Comitê Olímpico de Londres. Nove funcionários foram demitidos do referido Comitê, esperando seus dirigentes que, com isso, seja afastada a hipótese de um roubo paraoficial.
É evidente que os arquivos copiados – com ou sem a anuência da chefia do COB – são extremamente úteis para… o próprio Comitê. Uma funcionária demitida afirma que sua demissão e a de outros funcionários é rigorosamente injusta, já que o roubo só interessa ao próprio Comitê Olímpico.
É, no fundo, o que, no ajuizamento do Processo nº 470 (o Mensalão) o ministro Ricardo Lewandowsky tenta evitar. Ele argumenta que houve corrupção, sim, mas que ela não se destinava a comprar a adesão de parlamentares e que, portanto, estes últimos não podem ser culpabilizados. Roubo, caixa-2, houve, sim, mas os deputados beneficiados não o foram por “venderem” seus votos em projetos do governo Lulla.
Como se pode ver, a lógica (?) de Lewandowsky já deitou raízes.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
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