O Brasil precisa de menos intervencionismo
RODRIGO CONSTANTINO *
É ótimo ver que a mensagem liberal ganha cada vez mais adeptos, mais vozes renomadas em sua defesa. É o caso de Pérsio Arida, respeitado economista que, se tinha um viés mais liberalizante entre os social-democratas, nem por isso pode ser “acusado” de liberal. Mas a ficha está caindo para muita gente, e o caminho que o país precisa trilhar para sair desses voos de galinha e embarcar em um projeto de crescimento realmente sustentável vai ficando mais claro: chama-se liberalismo!
Em entrevista para o Estadão, Pérsio Arida defende importantes bandeiras liberais. Sua proposta, de forma resumida, é antagônica ao modelo desenvolvimentista atual: “Uma política mais decididamente liberal e menos intervencionista, mais pró-mercado”. É muito positivo ver cada vez mais economistas sem medo de usar a receita liberal de forma aberta, sem medo da patrulha esquerdista, que conseguiu vender a imagem mentirosa de que “liberalismo” é o culpado por nossos males.
A receita de Arida prega que o governo faça tudo ao contrário do que fez até agora: corte seus gastos, acabe com os subsídios a empresas privadas, segure os bancos públicos na concessão de crédito, procure acordos comerciais com os Estados Unidos, Europa e Ásia e esqueça o Mercosul.
O potencial de crescimento reflete a situação do País, mas também as políticas macroeconômicas. Acho que o Brasil teria muito a se beneficiar de uma menor intervenção estatal na economia, de uma redução dramática do volume de subsídios às empresas, de uma contração fiscal. Ou seja, da redução do tamanho do Estado, tirando menos impostos da sociedade e gastando menos. A abertura comercial também ajudaria muito. Claro que há entraves diplomáticos, tem Mercosul etc. Mas acho que fazer acordos de livre comércio com os parceiros comerciais que importam, que são Estados Unidos, Europa e Ásia, seria mais produtivo do que insistir no caminho do Mercosul.