O aloprado do DEM
ARTHUR CHAGAS DINIZ*

Permito-me uma apropriação não autorizada por Lulla para descrever os eventos característicos de corrupção (“malfeitos”, na linguagem de Dilma) que apareceram nas ligações entre o bicheiro Carlinhos “Cachoeira” e o até então contestável senador Demóstenes Torres.
Aloprado, como Lulla alcunhou seu churrasqueiro pessoal, Lorezentti, e seus quadrilheiros que tentavam eleger Mercadante para governar o estado de São Paulo.
Demóstenes Torres, até então tido como o contestável da República, é a ponta de um iceberg que liga Cachoeira a numerosos políticos, especialmente no estado de Goiás.
O caso de Demóstenes pode bem ser qualificado por um psicanalista como um caso de dupla personalidade. Só assim se podem explicar as atitudes de um homem até então tido como referência de honorabilidade na República. Difícil imaginar como Demóstenes vendeu barato – qualquer que seja o valor que recebeu de “Cachoeira” – um patrimônio de honorabilidade acumulado, até agora, em uma carreira pública de enorme sucesso. De referência nacional de combatividade e honorabilidade converteu-se em vergonha nacional.
Acho que, quaisquer que tenham sido os benefícios que recebeu, ilicitamente, o preço da honra foi muito baixo. E nós todos, brasileiros, não envolvidos direta ou indiretamente, vamos pagar um preço adicional pela indignidade do senador.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
fonte da imagem: Wikipédia