Cuba e o capitalismo brasileiro
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
São expressivas as manifestações dos últimos três governantes brasileiros em relação a Cuba. Os dois (2) governos Lulla e a atual presidente brasileira Dilma Rousseff não só transformaram o BNDES (com juros subsidiados) em um grande agente de desenvolvimento como também estimulam empreiteiras e empreendedores brasileiros a investir na Ilha.
O PT, como partido, tem em Cuba – embora um pouco encabuladamente – no modelo castrista, um exemplo de socialismo bem sucedido(?). Apesar de que boa parte dos analistas vê na visita do Papa uma janela de oportunidades para a remissão das velhas práticas stalinistas.
Raúl Castro, o sucessor de Fidel, não pretende mudar o modelo. É verdade que, pressionado pelas limitações impostas, o regime cubano já autorizou algumas mudanças, entre elas a autorização para o trabalho de autônomos, a redução do número de funcionários públicos (hoje são 5 milhões), autorização para compra e venda de carros e até mesmo a venda/compra de casas. São iniciativas tímidas e Raúl não admite conversar sobre liberdade e mudança de regime. Cuba é um museu, literalmente – casas, automóveis e conceitos já experimentados e derrotados no mundo inteiro.
O antigo guerrilheiro Daniel – agora o próspero milionário Zé Dirceu – até hoje vai à Ilha para renovar seus votos. Com uma vida de nababo, a Ilha é a sua penitência e, talvez, sua única “ação socialista”. O governo brasileiro, sustentado por escorchantes 40% de impostos sobre seus cidadãos, bem poderia mostrar a Cuba o exemplo de uma sociedade onde tudo é decidido pelo Estado e a burocracia é estável e corrupta, sem a necessidade da supressão total da liberdade. Lá como cá o Presidente é um rei, embora tenha que fazer pequenas concessões aos súditos.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
fonte das imagens: Wikipédia