Mensalão ou incompetência
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
O julgamento do Mensalão, obra prima do governo Lulla, tornou transparente para todos os cidadãos como operava o “Imperador” em seu primeiro mandato. Projetos de lei do governo eram apoiados por deputados em troca de recursos financeiros.
O julgamento, recentemente encerrado, no qual o Supremo Tribunal Federal distribuiu penas pecuniárias e prisionais ao grupo de malfeitores chefiados por José Dirceu, é uma marca na vida do País, ainda que continuemos a aguardar o aprisionamento do “guerrilheiro Daniel” e seus cúmplices.
Encerrado o episódio com o julgamento dos criminosos, o Governo (Lulla 2 e Dilma 1) passou a usar um novo expediente para o acerto de contas com sua “base aliada”. O acerto é simples: Dilma entrega pastas ministeriais aos partidos da base aliada e estes, por sua conta e risco, “pagam” os seus deputados. Cada um com seus riscos.
Nos primeiros meses do governo Dilma isto ficou claro, com a deposição de 7 ministros “da base”, substituídos por outros 7 da mesma agremiação partidária. Cada um cuide dos seus e assuma os riscos de ações fora do padrão de integridade necessária.
O que ocorre é que, sem um filtro político/profissional, os ministros, representantes de partidos da base aliada, não são nem competentes profissionalmente nem orientados pelos resultados para o País. A isto se deve, em grande parte, a quase paralisação dos investimentos do Estado, resultando em uma taxa de crescimento do PIB excepcionalmente baixa em relação a países ditos “em desenvolvimento”. O resultado do PIB 2012 foi inferior a 1% (hum por cento). Até a desmiolada presidente da Argentina consegue fazer melhor!
Não sei, não. A incompetência não significa necessariamente uma gestão proba. É apenas ineficiente. Agora que já indenizamos todos os petralhas e os colocamos em todos os milhares de cargos de assessoria, não seria a hora de buscar uma solução fora do binômio corrupção-e/ou-incompetência?
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL