Medo da inflação contamina países emergentes
BOB DAVIS e AARON BACK*
O nervosismo se espalhou pelos mercados emergentes no início desta semana com o cenário de inflação à frente, levando o banco central da China a elevar as taxas de juros pela terceira vez em quatro meses. Há um temor de que a seca que está ameaçando a safra de trigo ponha ainda mais pressão nos preços internacionais dos alimentos. A decisão da China foi apenas a última entre a de vários países emergentes, muitos dos quais estão adotando políticas para combater a inflação impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos e das commodities, crescimento que está ameaçando ultrapassar a capacidade produtiva dos países.
- No Brasil, a maior economia da América Latina, o governo informou na última terça-feira que a inflação está acelerando, levando os mercados a criarem a expectativa de que o banco central aumente sua taxa overnight, já em 11,25 por cento.
- Em contraste com os países emergentes, a inflação nos Estados Unidos permanece baixa – abaixo da meta de dois por cento do Federal Reserve – apesar do preço das commodities estar subindo.
- Mas uma melhoria das perspectivas de crescimento para os Estados Unidos e o risco de que a elevação de preços dos alimentos e energia se espalhe para outros bens e serviços levaram o mercado de obrigações a pressionar para cima as taxas de longo prazo e a elevar sua expectativa de um aumento da taxa do Federal Reserv.
- Os rendimentos do Tesouro dos EUA vêm aumentando, e na terça-feira atingiram 3,721 por cento, o mais alto desde abril.
Fonte: Bob Davis e Aaron Back, “Inflation Worries Spread,” Wall Street Journal, February 9, 2011
*Texto condensado pelo National Center for Policy Analysis – NCPA, organização com base em Dallas, Texas, EUA, voltada para o estudo de problemas econômico-sociais e a busca de soluções que ofereçam alternativas privadas e de economia de mercado para a regulamentação e o controle do governo. Não tem fins lucrativos nem vínculo político-partidário.
TRADUÇÃO: LIGIA FILGUEIRAS