Mau acabamento
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
O programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ anda, realmente, mudando a vida de muita gente. Os beneficiários não podem receber mais de R$1.395/mês. Entre cadastrar-se no programa e receber o benefício, inúmeras famílias superaram os limites impostos pelo Governo para a aquisição da casa. Entre as soluções mais comuns encontradas pelos mutuários, situam-se a da demissão do emprego** e o ingresso no trabalho sem carteira assinada.
Ora, o Governo faria bem se adotasse uma lógica mais próxima da realidade do que este tipo de limitação. Bastava reduzir os 30 anos de prestação de maneira proporcional ao novo salário familiar. Assim, se ao invés dos R$1.395/mês a renda passasse a R$1500/mês, seria reduzido o prazo do financiamento, de forma a compensar o ganho de renda ou seria reduzido o número de meses do financiamento.
O modelo atual estimula o desemprego ou o emprego disfarçado. Tal como no programa Bolsa Família, as pessoas não aceitam empregos porque poderiam perder a esmola governamental. E o Governo acaba por estabelecer um programa assistencialista sem saída porque o eventual êxito dos beneficiários do Bolsa Família diminui o total de beneficiários.
Como se sabe, o sucesso do Governo em relação ao Bolsa Família continua a ser o crescimento do número de famílias beneficiadas e não, aquelas que emergem do Programa por terem sucesso. É muita falta de imaginação do Governo que acaba por criar programas para coitadinhos.
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
** Ref.: ‘Por imóvel do Minha Casa, famílias deixam emprego’. Estadão / Política, 10.06.2011
Fonte da Imagem: Wikipédia