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Leblon sitiado

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RODRIGO CONSTANTINO *

As cenas pareciam em Bagdá. Mas eram no Leblon, o bairro com o metro quadrado mais caro do país, palco de várias novelas da TV Globo, conhecido por sua boemia, turistas circulando, tranqüilidade. Nesta quarta-feira, tudo isso cedeu lugar para imagens de caos, baderna, vandalismo e confusão. Diz a reportagem do GLOBO:

Pelo menos cinco agências bancárias, bancas de jornal, pontos de ônibus, vitrines e alguns painéis elétricos foram vandalizados durante a confusão. Uma loja de roupas também foi saqueada na Ataulfo de Paiva. Lojas também foram saqueadas em Ipanema. O cheiro de gás ficou muito forte na região. Bombeiros também atuaram no combate às chamas.

O clima nesses bairros da Zona Sul foi de apreensão por parte de moradores e clientes de bares e restaurantes. Vários estabelecimentos comerciais fecharam suas portas e os frequentadores saíram às pressas.

Segundo a Polícia Militar, sete PMs ficaram feridos com pedradas. Uma quinta policial se feriu ao ser atingida nas costas por uma bomba de fabricação caseira. O número de manifestantes feridos não foi confirmado.

A revolta popular, em um país como o Brasil, é altamente compreensível. O que não é compreensível ou tolerável é a forma de expressá-la. Tenho sido um crítico desse viés de anomia nas manifestações que tomaram as ruas do Brasil desde o começo, fazendo alertas justamente sobre esses riscos. Parece que toda manifestação “pacífica” termina em atos como estes, de puro vandalismo e criminalidade. O direito de ir e vir dos demais fica prejudicado, e propriedades são depredadas, saqueadas.

O pessoal precisa lembrar que ainda vivemos em uma democracia, ainda que um pouco capenga, e preservá-la é fundamental, pois a alternativa é muito pior. Sérgio Cabral incomoda, sua reação às informações de que abusa do helicóptero do estado revolta qualquer um, quando ele afirma que não faz nenhuma “estripulia” ou que faz aquilo que todos  fazem (parece até o Lula falando). Mas que ele seja punido nas urnas!

Foi o que aconteceu com César Maia, após a Cidade “fantasma” da Música. Tomar o espaço público, criar esse clima de guerra, e prejudicar a vida de várias pessoas que não têm nada com isso é absurdo, injustificável. Ver o Leblon sitiado é algo que preocupa. Se o Leblon está assim, então o Brasil é o Egito? Não se governa no grito, na violência, com bombas caseiras ou coquetéis Molotov. Isso não combina com democracia.

Por fim, não custa lembrar que Sérgio Cabral merece punição nas urnas, mas é sempre bom ter em mente quempode vir em seu lugar. Algum aventureiro com discurso populista e messiânico, de um partido de extrema-esquerda? Algum “evangélico” safado e oportunista que manipula as massas das periferias? Todo cuidado é pouco. Esse jogo não é para amadores.

E quem aplaude “manifestações” como a de ontem, porque sente raiva do governador e gosta de vê-lo acuado, deveria pensar duas vezes antes de celebrar, pois os fins não justificam os meios. A situação saiu de controle. Quem defende a democracia deve demandar a ação policial para restabelecer a ordem e retomar o espaço público desses criminosos disfarçados de protestantes.

* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL

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