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Despotismo corporativo

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A essa altura, todos já sabem neste Brasil varonil que o ministro Luiz Roberto Barroso discursou no Congresso da UNE, onde cometeu o sincericídio de exclamar: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

O discurso de Barroso é o retrato mais perfeito do momento em que vivemos e que muitos, sem o menor pudor, se dedicam a qualificar como saudável e necessário. Antes de tudo o mais, ele estava ali a fazer um comício perante os esquerdistas e “progressistas”, algo totalmente inadequado à sua posição de autoridade judiciária, mas talvez adequado à de agente de um organismo crescentemente despótico – como ele mesmo disse, um “poder político”, com agenda própria, mas que não busca os votos do eleitor para implementá-la.

No mesmo discurso, ele nos diz, depois que parte do público o vaiou ao acusá-lo de conivência com o impeachment de Dilma e de suspender o piso salarial da enfermagem, que foi ele quem conseguiu o dinheiro para o setor – novamente, algo que não é atribuição de uma autoridade judiciária, que ele jamais poderia ter feito.

Barroso ainda declamou emocionado que combateu a ditadura, a censura, para que todos possam defender o que quiserem, ignorando as recentes decisões da cúpula que integra, que já me cansei de enumerar.

Não quero, porém, chamar a atenção apenas para Barroso. O que ele disse foi absolutamente escancarado e chocante, mas está longe de ser o maior de todos os absurdos que temos visto partirem do Judiciário. Chamo a atenção para o fato de que o STF – enfatize-se: o órgão, não um ou dois ministros, o órgão – emitiu uma nota oficial em defesa de Barroso, “justificando” que a frase de Barroso se referia “ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”.

O posicionamento do STF, que só pode ter sido escrito por gente que já não tem mais nenhuma vergonha nem receio de sofrer represálias por seus abusos, é uma prova inequívoca de que os ministros estão agindo como uma corporação.

NENHUM deles é inocente, NENHUM tem hombridade.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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