Em 12 de junho de 1886, ainda no Brasil imperial, nascia uma figura que seria crucial para o liberalismo econômico brasileiro, o economista Eugênio Gudin.

Gudin tem na sua história o fato de ter vivido em quase todos os períodos do Brasil enquanto nação independente, tendo nascido no Império, cresceu na aurora da República e aos 19 anos, em 1905, formou-se em engenharia.

Na época, a engenharia era uma área pouco estudada no Brasil, e Gudin começou a dar início aos seus estudos em economia ainda na década de 1920, onde iniciou a publicação dos seus primeiros artigos econômicos.

Nos anos 1930, ganhou destaque como professor universitário, e ministrava aulas de lógica econômica aos seus alunos de engenharia. Devido a seu pioneirismo, foi responsável por redigir uma lei que criou os cursos de economia no Brasil e ainda foi representante do Brasil na histórica conferência de Bretton Woods, realizada após a Segunda Guerra Mundial.

Na década de 1950, Gudin ingressou na política, sendo escolhido como ministro da Fazenda do governo Café Filho, cargo que ele ficou apenas sete meses, porém ficou responsável pela criação da SUMOC, um órgão governamental que facilitava a utilização do investimento estrangeiro no Brasil e que foi amplamente aproveitado pelo governo Kubitschek para suas obras.

Gudin, também, devido a suas conexões internacionais, foi pioneiro no Brasil na utilização das ideias de Friedrich Hayek, do qual conheceu em Bretton Woods e se tornou um grande colaborador. Gudin foi um pioneiro na influência da Escola Austríaca no Brasil.

Gudin faleceu em 1986 aos 100 anos de idade, talvez seu maior defeito tenha sido a descrença no liberalismo político em contrapartida ao liberalismo econômico. Hayek discordava das ideias de Gudin, defendendo o regime democrático, mesmo que em sua ideia de demarquia. Gudin certa vez afirmou que no Brasil a “democracia era uma utopia”.