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Monopólio da coerção

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Ida Tarbell tinha 14 anos quando John D. Rockefeller adquiriu 85% das refinarias de petróleo da cidade onde ela morava, inclusive a que pertencia ao seu pai. A Era Dourada, período de prosperidade, recém começava. A república constitucional imaginada pelos pais-fundadores propiciava que homens como J.P. Morgan, Andrew Carnegie, Cornelius Vanderbilt e John D. Rockefeller criassem abundância e oportunidades.

De todos os cantos do mundo, afluíam para a América “os cansados, os pobres, as massas amontoadas ansiando por respirar livremente”, como descreveu Emma Lazarus no poema que, encravado em placa de bronze, enfeita o pedestal da Estátua da Liberdade.

A prosperidade não veio sem um preço. Afloraram ressentimentos, a inveja dos que cobiçam o alheio; a culpa em quem, ao construir fortuna, crê estar alimentando a desigualdade social.

A ganância dos políticos criadores de dificuldades para vender facilidades sempre existiu. Assim, a pretexto de combater monopólios em nome da concorrência, criaram a primeira lei antitruste, o Sherman Act, um atentado contra os direitos individuais, promovido por quem deveria defendê-los.

O fim da Era Dourada e da república constitucional dava lugar à Era Progressista e à democracia, pragmática e utilitarista.

Ida Tarbell tornou-se jornalista. Em 1902, publicou uma série de artigos que mobilizaram a opinião pública contra Rockefeller: sua cruzada levou o governo americano a processar, condenar e dividir em pedaços a Standard Oil, tudo em nome da concorrência.

Rockefeller havia revolucionado o mercado de petróleo com sua obsessão pela produção em escala, eficiência, qualidade e preços baixos. Era bom o suficiente para conquistar e manter clientes. Tornou-se um dos homens mais ricos do mundo e um dos mais invejados e odiados. Concorrência não é um fim em si mesmo, é o resultado natural de mercados regidos pela liberdade e pela propriedade privada. Concorrência não visa a proteger concorrentes e consumidores uns dos outros. Visa a proteger o mercado daquele que monopoliza a coerção, o governo.

Rockefeller está para a Revolução Industrial como Bezos está para a Revolução Digital. A Ida Turbell do século 21 é Lina Khan, chefe da Comissão Federal de Comércio (FTC), que se notabilizou ao publicar um artigo que ressuscita as ideias mortas e enterradas de dois ícones da vanguarda do atraso latino-americano, Raul Prebisch e Celso Furtado.

Rockefeller foi vítima de uma vingança movida por ressentimento. Bezos pode ser a vítima mais recente da lei antitruste por motivos ideológicos.

O ressentimento virou ideologia. Uma ideologia cruel e nefasta.

– Artigo publicado originalmente na Zero Hora.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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