Greves e mais Greves
O Estado de São Paulo sofreu com a paralisação dos metroviários às vésperas da abertura da Copa do Mundo. A questão foi muito bem resolvida, mas, se a coisa continuar assim, o evento será uma vergonha mundial para o nosso país. Vale lembrar que o Poder Judiciário considerou aquela greve ilegal, mas, o cabo de guerra continuou por muito tempo. Os sindicatos desse país – de um modo geral –, não se respeitam sequer as determinações da Justiça! Para garantir a ordem, o Governador Geraldo Alckmin não se curvou aos sindicatos, mantendo o discurso firme. Tudo terminou bem e as pessoas conseguiram ir à estreia da seleção. Faltam, contudo, alguns esclarecimentos aos cidadãos.
Ninguém, em sã consciência, é contra revindicações legítimas de trabalhadores. Todavia, o que ocorreu foi uma verdadeira chantagem. Usar a Copa do Mundo para – com a tática do caos – exigir aumentos é um procedimento odioso. Trata-se, na realidade, de uma agressão contra todos os cidadãos. Este, talvez, seja o ponto mais importante. Não é possível aceitar esses “gritos de guerra” com bandeiras genéricas e simpáticas: salários baixos e condições ruins de trabalho. É preciso observar que, no caso específico, os metroviários paulistas escolheram o momento “a dedo” para causar os maiores danos possíveis à população paulistana.
O sentimento de “coitadismo” deve ser posto de lado. Os cidadãos devem repudiar essas práticas ao invés de incentivá-las. Não é possível que, até hoje, o brasileiro confunda demandas sindicalistas com pleitos sérios de empregados. De uma vez por todas, sindicatos não visam a defesa dos trabalhadores, eles buscam, na realidade, alcançar seus próprios interesses e objetivos – invariavelmente de cunho político. Eles não têm o menor pudor em prejudicar praticamente toda a população de um Estado, no momento de um evento internacional, com o intuito claro de “colocar uma faca no pescoço” do Governador. Isso, meus senhores, é jogo sujo. Pior, é um atentado contra os cidadãos – trabalhadores e pagadores de impostos – além dos estrangeiros que vieram ao nosso país para assistir ao espetáculo.
Por mais grave – e por maiores que sejam os sacrifícios – ninguém deve ceder a esse tipo de expediente espúrio. A população precisa repudiar a prática do sindicato e apoiar a ação difícil e corajosa que foi tomada pelo Governador. De outra forma, seremos sempre escravos de sindicatos que se aproveitam de situações como essa sem qualquer preocupação com a população. O pudor está em baixa… Mas, nesse caso, a postura firme e correta prevaleceu, indicando o melhor caminho a ser seguido daqui para frente.
Na Inglaterra, a Primeira Ministra Margaret Thatcher coseguiu acabar com a influência perniciosa dos sindicatos. Foi um processo dolorido em que os cidadãos sofreram muito. Mas, desde então, o país vive de forma ordeira. Vejam bem, a redução do poder dos sindicatos ingleses não implicou na piora da condição dos trabalhadores, que, nos dias de hoje, não têm razão para reclamar. São, certamente, mais felizes sem o sindicalismo pernicioso.
A melhor forma de por fim a expedientes como esse “apagão metroviário” é o povo mostrar a sua indignação com relação a tais greves. É fundamental que a postura adotada pelo Governador seja apoiada e que os paulistanos se manifestem, demonstrando o seu descontentamento com a atitude do sindicato. Caso contrário, teremos greves e mais greves. O finado Roberto Campos costumava dizer que “não temos uma democracia. Temos uma surubocracia anarco-sindicalista.” Precisamos dar um basta nesse circulo pernicioso, acabando de uma vez por todas com praticas lesivas à população. Conquanto o direito de greve seja constitucionalmente garantido, é crucial respeitar os direitos dos demais, e, principalmente, não expor o país ao ridículo para todo o mundo. Que o exemplo do Governador Geraldo Alckmin seja seguido, libertando a população de ações oportunistas promovidas por sindicatos. Não sou, de forma alguma, contra reivindicações legítimas. Todavia, condeno atos que levam ao desprezo com o próximo, prejudicando os demais cidadãos.