fbpx

Estimulando o consumo até não ter mais o que consumir

Print Friendly, PDF & Email

temposmodernosNa sexta-feira o Banco Central anunciou um novo pacote de estímulo à economia, injetando 30 bilhões de reais através da redução do depósito compulsório que os bancos precisam deixar junto ao Banco Central, ou seja, fazendo com que esse dinheiro deixe de ficar no cofre do BC, sendo disponibilizado para crédito, em um momento onde a economia brasileira está estagnada pelo excesso de crédito que gerou um endividamento recorde das famílias brasileiras e do próprio Governo.

É assustador voltar a falar sobre estímulo a economia quando praticamente todos os economistas do país já declararam que o modelo de crescimento econômico baseado no consumo está esgotado e superado. De minha parte, eu sequer acredito que consumo possa ser modelo de crescimento econômico. O que faz uma economia crescer é o aumento da produtividade, que se faz com investimento em tecnologia e educação. E para que haja esse investimento, precisamos poupar recursos, e não gastá-los em estímulos ao consumo. Investindo em produtividade, o consumo cresce de maneira natural e sustentável, mas isso só é possível com poupança.

Mas o Brasil não investe em produtividade e continua insistindo na lamentável política de consumo. Reportagem de ontem do Jornal o Globo mostra que, de acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria, o setor industrial não pretende fazer investimentos relevantes pelos próximos dez anos, e isso faz todo o sentido dentro de um ambiente de baixíssima concorrência em virtude da alta burocracia interna e do protecionismo contra produtos externos, mas mina por completo o crescimento brasileiro. Sem nenhuma coincidência, outra reportagem do mesmo jornal, só que hoje, mostra que os estímulos do Governo ao consumo no setor automobilístico e de linha branca, entre outros, praticamente não gerou efeitos.

A insistência com essa política demonstra claramente que ela não será mudada e que um novo Governo com as mesmas políticas vai gerar os mesmos erros atuais. Ainda bem que eu não sou do Santander. Aqui no IL não perdemos o emprego quando falamos obviedades econômicas contra o PT.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

2 comentários em “Estimulando o consumo até não ter mais o que consumir

  • Avatar
    31/07/2014 em 7:51 pm
    Permalink

    Ótimo texto e ótimo comentário Vander.

  • Avatar
    29/07/2014 em 5:11 pm
    Permalink

    A lei que o autor alude é de que a produção tem por objetivo o consumo. Supor o contrário é próprio de ignorantes. Está bem visível. Falta insistir que economia não cresce. O que cresce são a quantidade de bens que os indivíduos produzem pra aumentar o seu bem estar, e que esta não é tarefa de nenhum governo com seus planos mirabolantes, mas de indivíduos que seguem seus próprios julgamentos de valores. Se os sucessivos governos tem errado e vão continuar errando é porque eles estão sendo penalizados por esta presunção, a de não podem substituir este julgamento de valor pelo deles sem consequência negativa de toda espécie. Governo nos negócios é muito ruim. Não devem ser misturados. A função do governo ou Estado é a segurança e nada mais.

Fechado para comentários.

Pular para o conteúdo