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Essencial: até que ponto?

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A questão da essencialidade de produtos e atividades é um dos “assuntos-alvo” mais polêmicos desse período em que vivenciamos a pandemia da Covid-19. Talvez, um dos motivos que justifique tanta polêmica seja ter alguém ou um comitê criado especificamente para definir, por você, o que é essencial ou não. Outra forte sugestão é o fato de termos uma essencialidade limitada, ainda se referindo aos produtos e às atividades que foram definidos como essenciais pelo governo.

Sobre o primeiro motivo, já que estamos tratando de essencialidade, seria mesmo necessário que o governo definisse o que é essencial, haja vista nascermos livres para decidirmos nós mesmos o que é ou não imprescindível para nossa vida? E mais, o governo se responsabiliza pelas consequências da falta de algum produto ou atividade que, de alguma forma, afete a sociedade?

Como diria Nassim Taleb, todos temos que arriscar a própria pele. Nada justifica ter alguém que faça escolhas por você, ainda que indiretamente, se essa pessoa não pode suportar ou sofrer as consequências dessa escolha.

Sobre o segundo motivo, generalizando o levantamento das atividades definidas como essenciais, em suma, temos supermercados, farmácias, padarias e serviços de saúde. Com relação a essas atividades, com permanência do funcionamento, no caso de funcionários classificados como alto risco, os mesmos devem ser afastados e mantidos, se possível, em home office, visando à segurança e manutenção da vida. Todas as demais atividades tiveram que se flexibilizar e se reinventar através de meios digitais, como as escolas, que iniciaram as aulas on-line.

Mais ou menos um ano após o início da pandemia, enfim, foi alcançado o marco tão esperado: o início das vacinações.

Todos sabemos da finitude dos recursos e, consequentemente, o prazo requerido para produção das vacinas. Logo, foram definidos grupos prioritários para serem imunizados primeiro.

Funcionários da saúde foram priorizados e já foram vacinados. Professores iniciarão a imunização em meados de maio. E os demais indivíduos que se mantiveram em serviço de atividades essenciais, se expondo ao contato, ainda que indireto, com diversas pessoas todos os dias? Funcionários de supermercados, farmácias, padarias, transportes coletivos.. .Se trabalham em serviços essenciais, não seriam grupos prioritários perante a vacinação? E os professores, se foram classificados como atividade não essencial, por que serão priorizados na fila da vacinação?

Não tenho o objetivo de defender a prioridade ou não de um público específico, mas sim de realçar a limitação da essencialidade imposta pelo mesmo governo que definiu o que seria ou não um serviço imprescindível. Essencial até que ponto? Até a mão invisível do governo definir uma nova estratégia?

*Paula Luíza Quemelli Magioni é Associada II do Instituto Líderes do Amanhã. 

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