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Egoísmo e princípios: uma correlação com decisões de amplo impacto

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Discussões sobre o que é melhor e mais “certo” para a sociedade têm se tornado cada vez mais comuns nas reuniões de amigos e mesas de barzinhos (quando podem abrir, claro). O motivo pode ser atribuído às decisões no mínimo controversas sobre a pandemia e correlatos, mas, de modo geral, isso sempre existiu. Uma particularidade em especial e bastante recorrente nas propostas e ideias que permeiam essas conversas merece um pouco de reflexão.

Acredito não ser difícil para o leitor recobrar na memória algumas dessas discussões em que o tópico central tenha sido as tratativas de seus governantes ou os impactos ambientais/econômicos destrutivos que uma ou outra grande empresa cause por suas ações. Em ambos os casos, a argumentação se desenvolve em torno de críticas às decisões dos governantes/gestores e de propostas relativas ao que seria “melhor para a sociedade” e, às vezes, suas consequências.

Tais exercícios argumentativos são sempre saudáveis e estimulam o pensamento crítico dos interlocutores. Entretanto, dificilmente as decisões propostas na discussão correlacionam-se com as tomadas na prática. A explicação talvez esteja no fato de que um aspecto importante é frequentemente deixado de lado na discussão: o que move os tomadores de decisão. Dificilmente entra em pauta o questionamento sobre qual modelo mental leva os gestores das empresas e/ou os governantes a decidirem da forma por que o fazem. Muitas vezes, pode ser mais simples do que parece: a média de suas decisões será a que lhe proporcione melhor resultado individual.

Sim, parece uma enorme simplificação… E acaba que é! Se aprofundarmos, existem diversos fatores (recursos, interesses, etc.) e técnicas de gestão com nomes sofisticados (six sigma, lean, ágil, PMBok…) que contribuem no processo. Contudo, o motivador fundamental não muda. O gestor privado ainda é, por princípio (e, por vezes, também pelos bônus), compelido a gerar valor para seus acionistas/stakeholders. A contraparte do poder público, idem. Porém, este último vê valor não no lucro, mas também maiores retornos políticos e a inclusão de seus associados em cargos estratégicos. Ambos, conservadas as devidas particularidades, possuem máximo interesse em se manterem no cargo (ou na cotação de um mais alto).

Observe que, sob esse prisma, há decisões que são de fato tomadas e elas se tornam mais claras. Certo ou não para a sociedade? A conclusão final fica a cargo do leitor. Todavia, o fato permanece: esses princípios fundamentais, e suas consequências, estão mais entremeados no nosso cotidiano do que corriqueiramente percebemos.

*André Alexandre Barbosa Stavrakas é Associado I do Instituto Líderes do Amanhã. 

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