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Preços em tempos de crises

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O Estado está sempre buscando formas de ampliar seu domínio sobre os indivíduos e seus bens. Nesse sentido, momentos de crise são perfeitos para que o Estado responsabilize aqueles que produzem e geram riqueza para a nação como os únicos responsáveis pela inflação, aos olhos daqueles com pouco conhecimento sobre a temática.

Em sua obra ‘Economia numa única lição’, Henry Hazlitt discorre sobre as políticas de controle de preços, afirmando que “embora sejam sempre, economicamente, nocivos, senão destrutivos, têm pelo menos uma vantagem política do ponto de vista dos detentores do poder que, implicitamente, põem a culpa da alta dos preços na avidez e ganância dos comerciantes, em vez de em suas próprias políticas monetárias”.

Permitir que o Estado faça tabelamento de preços pode levar também a escassez de produtos. Relembre o caso do álcool em gel, que causou grande controvérsia pela elevação dos preços durante o período pandêmico. Segundo reportagem da exame.com de 8 de maio de 2020, o preço desse produto no primeiro trimestre de 2020 teve um aumento de 14,80%, enquanto a demanda pelo item aumentou cerca de 122,95% (levantamento realizado pela Bionexo, multinacional brasileira de soluções digitais para gestão em saúde).

Rapidamente os órgãos fiscalizadores começaram a criar a teoria dos preços abusivos. Isso é o que foi visto pela maior parte da população, porém o que não foi, e não é visto, é o fato de que, quando se aumenta a procura de forma desproporcional ao aumento da oferta, o bem em questão irá se valorizar e seu preço aumentar. Também entra em cena o fato de os produtores precisarem elevar os investimentos na produção para conseguir suprir a demanda, ao congelar os preços pode-se tornar esse investimento inviável e assim causar a escassez do produto no mercado.

Outro ponto é o fato de que o próprio mercado se regula, se as grandes franquias produtoras ou revendedoras de determinado produto começam a elevar os preços a um ponto que os clientes consideram excessivo, esses certamente irão buscar alternativas mais adequadas ao seu orçamento, o que fará com que novos empreendimentos com alternativas mais baratas despontem no mercado, fomentando a competição e o equilíbrio dos preços. Como foi o caso das máscaras descartáveis: devido a sua alta procura e a elevação dos preços, ocasionou que muitos empreendedores começassem a fabricar e vender máscaras de pano, permitindo com que não ocorresse a escassez do produto e ofertando um preço acessível para todos os indivíduos, incluindo os de classe mais baixa.

Ao interferir nos preços, além da escassez, o Estado pode estar podando o surgimento de novos empreendimentos, afetando assim a geração de riqueza do país. Dessa forma, é o próprio mercado quem deve ditar as próprias regras e não ter influência de entidades como o Estado, pois quando isso acontece, o resultado é: escassez de produtos e miséria.

REFERÊNCIAS:
HAZLITT, H. Economia numa única lição. 4 ed. eBook, 2010. p. 119. Disponível em: < https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=131>
SALOMAO, K. A corrida do álcool em gel: como o produto foi da escassez ao excesso. Exame. 2020. Disponível em: https://exame.com/negocios/depois-de-corrida-por-alcool-em-gel-estoque-estabilizou-e-ha-ate-sobra/

Hermes Vinícius Fim – Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã.

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