BERNARDO SANTORO*

O Ex(?)-Presidente Lula, ao votar ontem nas eleições internas do PT, fez a seguinte declaração: “O desafio dos próximos dirigentes do PT, além de reorganizar, é renovar o partido, porque acho que o partido precisa voltar a fazer um discurso mais para a juventude”.

Não posso deixar de me perguntar sobre que juventude ele está falando, visto que a juventude é a principal vítima das politicas públicas do PT ao longo desses 10 anos.

Como já escrevi em outro post, a juventude brasileira (e também mundial) passa por um grave problema de falta de perspectivas de crescimento pessoal e profissional, pela falta de empregos ou pela falta de qualidade dos existentes.

Para que o mercado possa criar um emprego, precisa-se de poupança e de baixa burocracia, para que o custo da criação desse emprego não seja alto.

O governo, através dos gastos públicos, dos impostos e da inflação, destrói a poupança brasileira, e a alta burocracia acaba por elevar tremendamente os custos do setor.

O resultado disso é que o governo federal se torna o maior empregador do Brasil, mesmo que um emprego público destrua dois empregos privados com mesmo nível salarial. Além disso, o setor informal da economia se mantêm em alarmantes 45% do PIB, o que faz do Brasil, provavelmente, o maior mercado negro do mundo, com todos os problemas dele decorrentes.

Por tudo isso, se o PT  realmente quer fazer um discurso, e principalmente uma prática, em defesa da juventude, pode começar deixando de fazer tudo o que costuma fazer: aumento do governo, aumento da dívida pública, aumento da inflação, repressão tributária, e daí por diante. Fazendo isso, podemos começar a conversar sobre juventude.

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL