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De “O petróleo é nosso” para “A dívida é nossa”

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Petrobras é uma das empresas no mundo que mais possui escândalos atualmente, é só pararmos para ler os noticiários do mundo financeiro que nos deparamos com manchetes do tipo “Polícia Federal abre dois inquéritos para investigar Petrobras” ou “Crise de credibilidade da Petrobras aprofunda incertezas dos investidores”. Porém, a manchete que me faz escrever esse texto hoje foi a seguinte: “Petrobras abriu mão de cobrar ‘calote’ da Venezuela” .

Quando falamos na Petrobras muitas pessoas defendem que é um bem da nação pelo fato de ser uma empresa estatal e “dividir lucros”, mas acontece que, devido a sua péssima administração ao longo da história, a Petrobras dividiu mais gastos do que lucros, além de péssimos negócios feitos e depois negados (como o caso de Dilma negando a compra superfaturada em 2006 da refinaria Pasadena no Texas, Estados Unidos, cujo valor estaria acima do preço de mercado), negligências administrativas, entre outros diversos problemas.
Vamos as informações que são necessárias sabermos antes de qualquer coisa. Petrobras ou Petróleo Brasileiro S.A é uma empresa Estatal de capital aberto onde o maior acionista é o Governo brasileiro. No dia 3 de outubro de 1953, o então presidente, Getúlio Vargas, assina a Lei 2.004 criando a empresa. De 1953 a 2014, a Petrobras passou por muitos altos e baixos, desde que foi criada o país deposita nela muita responsabilidade. Há mais de 40 anos coube somente à Petrobras a exploração do petróleo no Brasil, monopólio que acabou no fim dos anos 90 tornando custoso e lento o caminho da autossuficiência. A descoberta do potencial de petróleo na camada do pré-sal em 2006 elevou a empresa de patamar e foi algo extremamente comemorado pelo governo brasileiro. A partir desse “alto” tivemos uma crescente ação do governo de usar a Petrobras para segurar inflação, fazer politica externa às custas do seu caixa.

O Brasil passou do lema “o petróleo é nosso” para “a dívida é nossa”. Oito anos após a descoberta do pré-sal, a Petrobras está como a pior entre as grandes petroleiras do mundo. O lucro da empresa caiu de 36 % entre 2011 a 2012. Tivemos os custos de operação dobrados em 6 meses e com a produção de petróleo diminuindo, ou seja, o dinheiro não cai do céu e está acabando. Segundo Maria das Graças Foster (presidente da empresa), foram adotado medidas de redução de gastos para manter o caixa da companhia através do aviso da redução pela metade no pagamento de dividendo aos acionistas de ações ordinárias. Na Bolsa de Valores suas ações, são as mais desvalorizadas entre as dez maiores petroleiras do mundo.

Atualmente, está classificada com o menor nível de grau de investimentos. Vejamos um trecho do artigo publicado pelo site do Terra dia 24/03/2014:

“S&P corta rating soberano do Brasil para “BBB-”: A agência de classificação de risco Standard and Poor’s cortou a nota da dívida soberana brasileira para “BBB-” , de “BBB”, e mudou a perspectiva do rating de negativa para estável, em um revés para a presidente Dilma Rousseff, cujos esforços para gerar maior crescimento econômico levaram a uma deterioração das finanças do país. A classificação de BBB- é o menor rating de grau de investimento. A S&P alterou a perspectiva para estável, de negativa, o que significa que novos rebaixamentos são improváveis no curto prazo. O movimento já era esperado, mas a expectativa era que uma mudança viesse apenas depois das eleições de outubro.”

Para piorar a situação voltemos ao tema que me levou a questioná-los, caros leitores,  no dia de hoje. “Petrobrás abriu mão de cobrar ‘calote’ da Venezuela em obras de refinaria”. A reportagem feita pelo site Estadão, afirma, acesso a documentos inéditos da Petrobras mostrando que a empresa brasileira abriu mão da penalidade que exigia da Venezuela um pagamento de dívida referente a obras na refinaria Abreu Lima. Um real escândalo! O custo inicial da refinaria era estimado em US$ 2,5 bilhões, mas o total gasto até agora chega a quase US$ 20 bilhões. Este acordo foi feito entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez e deixou nosso país com a missão de garantir,sozinho, investimentos de quase US$ 20 bilhões. O contrato, que nunca foi assinado, previa que a Petrobras teria 60% das ações e a Petróleos de Venezuela apenas 40%. Se a Venezuela não pagasse no caso a sua parte, cobraria-se a dívida com juros ou a Petrobras receberia ações da empresa a preço de mercado. Porém, o contrato que previa isso tudo não foi assinado. Isso mesmo, caro leitores, não foi assinado! Restando-nos apenas um termo de associação, que prevê no caso da formalização futura do contrato a cobrança dessa suposta dívida venezuelana. Petrobras afirmou na noite dessa segunda-feira (através de uma “nota de esclarecimento”), que a estatal venezuelana não será cobrada pela dívida por não ser formalmente sócia.

Os investidores estão correndo do Brasil! O governo usa descaradamente estratégias econômicas para enganar e mascarar os fatos. Por que não pressionar os companheiros venezuelanos a pagarem sua divida?  Mais uma vez assim como no caso da refinaria do Texas, quem sai pagando pela péssima administração somos nós, e isso tudo vem do bolso do contribuinte brasileiro. Mais uma vez brasileiros, essa dívida agora é nossa. Do “Petróleo é nosso”, resta-nos a dívida!

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Débora Góis

Débora Góis

Acadêmica de Economia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), articulista e membro fundadora do Clube Farroupilha (RS), membro do Conselho Executivo da Rede Estudantes Pela Liberdade (EPL) e membro fundadora do Grupo Misetes (RS).

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