Dando nome (pena) aos bois
ARTHUR CHAGAS DINIZ *
O julgamento do Mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal, pode estar chegando ao fim, caso não seja admitida a análise de embargos infringentes, hipótese em que Zé Dirceu e seus sequazes teriam acesso a um novo julgamento.
Condenado que foi à pena total de 10 anos, o guerrilheiro Daniel vai assistir, hoje, à decisão final de um tribunal que examinou exaustivamente sua participação em um episódio deprimente da história política do Brasil: a compra de votos de parlamentares. Deve-se reconhecer de pleno que Zé Dirceu, então chefe da Casa Civil de Lula, nunca atirou para cima, sugerindo, como seria de se supor, que agisse por delegação ou, no mínimo, com o conhecimento e aprovação de seu chefe imediato.
A sentença maior do “Mensalão” cabe a Marcos Valério, responsável pela operacionalidade do sistema de corrupção, curiosamente mais penalizado que o seu idealizador, José Dirceu, a mais elevada autoridade pública envolvida, já que, em nenhum momento, apontou a colaboração ou a aprovação do seu então chefe.
* VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
N.E.: Saiba mais:
STF fica dividido sobre possibilidade de novo julgamento para condenados / Estadão / Política, 11.09.2013