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Como ser legal

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JOÃO PEQUENO*

Nessa época em que Cabral aparecia ao lado da futura presidentA, essa galera preferia falar mal de seu adversário Fernando Gabeira do que admitir a verdade realmente inconveniente de que a esquerda armada nunca visou à democracia
Nessa época em que Cabral aparecia ao lado da futura presidentA, essa galera preferia falar mal de seu adversário Fernando Gabeira do que admitir a verdade realmente inconveniente de que a esquerda armada nunca visou à democracia

No livro de Nick Hornby homônimo a este texto, uma médica londrina se ressente de não ser considerada legal, por mais vidas que salve ou ajude a melhorar. Se a doutora vivesse no Rio, a vida dela é que seria bem mais fácil. Sem tocar em um estetoscópio, basta condicionar-se aos reflexos que nossa linda juventude segue para fazer bonito nas mesas de bar descoladas de Botafogo ou no coreto da praça São Salvador.

Quem aprendeu direitinho foram colegas de um amigo meu, único em uma mesa a reprovar o uso de carteiras de estudante falsificadas. O mais convicto defensor do estelionato tachou-o de radical, com a pureza d’alma de quem tem atestado de bondade diariamente carimbado na linha do tempo do Facebook, em um grito de “Fora, Cabral!”.
Se vier com um “Vá com Paes!” acompanhando, então, maravilha. O que importa não é a análise correta das erros (e, sim, eventuais acertos) do governador e do prefeito, mas a declaração de ódio às atuais encarnações guanabarenses de Emmanuel Goldstein. Novilinguisticamente, Cabral é classificado como… “ditador”, por partidos socialistas solidários às ditaduras ideologicamente equivalentes e que sonham em fazer o controle “social” da mídia.
 
Apontá-lo como origem de todo mal – até dos velhos que já foram piores, como a violência – é tão honesto quanto a propaganda Tabajara de que sua aliança com o Planalto seria a solução para todo problema, a qual baseou sua reeleição em 2010*. E quanto usar carteirinha de estudante falsa.
Já uma designer que trabalha com outro amigo meu… essa não aprendeu nada e teria que saber bem mais dos seus 20 e poucos anos para não repetir o erro: só porque, ao voltar para casa, em julho, quase teve o ônibus incendiado no Flamengo por “manifestantes” (a malvada PM os impediu por pouco), foi criticar aqueles que buscavam “um país melhor”, na compreensão de intelectuais pagos pela grande imprensa para incensar quem a empastelaria, se pudesse. Ao comentar o caso na faculdade, teve refletido o espírito de 2013: era ela a culpada.
*JORNALISTA DO JORNAL DESTAK (PUBLICADA ORIGINALMENTE EM 18/12/2013)
*(naquela época, em que Cabral aparecia ao lado da futura presidentA, essa galera preferia falar mal de seu adversário Fernando Gabeira, por admitir a verdade realmente inconveniente de que a esquerda armada nunca visou à democracia)
 

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