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Bem vindo seja o plano B do COI

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O italiano Francesco Ricci Bitti, membro da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 e presidente da Associação das Federações Internacionais Olímpicas de Verão, fez severas críticas à preparação do Rio de Janeiro para os Jogos de 2016 nesta terça-feira. O dirigente afirmou em entrevista à agência Associated Press (AP) que a preocupação com os prazos estabelecidos é muito séria e que já não descarta a possibilidade de as Olimpíadas não serem disputadas no Brasil.

– Está ficando muito sério. Podemos ser flexíveis na questão da infraestrutura, mas não com relação às sedes esportivas, e algumas delas estão em risco. Mesmo para aquelas que não se consideram em risco, não vemos uma noção de urgência. Temos que sentar e começar a procurar planos B – afirmou o italiano do COI, que esteve em março na última visita de inspeção ao Rio.

Prezado senhor Ricci, faça este grande favor ao Rio de Janeiro.  Coloque em prática o “Plano B” do COI e nos livre de uma vez por todas desse enorme fardo que serão as Olimpíadas de 2016.  Não precisamos nem temos condições de construir e manter um parque olímpico suntuoso e outras instalações não menos nababescas, nos moldes do que está projetado, os quais, muito provavelmente, serão largados às traças depois dos jogos, como ocorreu após os Jogos Panamericanos com diversos equipamentos construídos para aquele evento.

A Cidade Maravilhosa tem muitas outras prioridades.  Como escrevi algures, na época da indicação da cidade como sede dos jogos, qual é o custo de oportunidade dessa aventura bilionária? Por exemplo: quantos hospitais, presídios, quilômetros de rede de esgoto e outros investimentos prioritários deixarão de ser feitos com o dinheiro que o governo, em suas três esferas, gastará nesse “circo” olímpico?  

Olimpíada é brincadeira de gente rica, que se pode dar ao luxo de gastar dinheiro com perfumaria. Já o Rio de Janeiro está no papel daquele pai de família cuja casa está penhorada, a escola dos filhos atrasada, a mulher doente e sem dinheiro para comprar o remédio, mas, apesar disso tudo, um belo dia o sujeito chega em casa com uma enorme televisão de plasma. Será que a breve alegria compensará todos os sacrifícios futuros do mau uso dos recursos?

O exemplo acima é apenas uma metáfora, que fique bem claro. No plano individual, cada um sabe o que é melhor para si e tem o direito de gastar o próprio dinheiro do jeito que bem entender. Isso é algo muito diferente de dar aos políticos e burocratas o direito de decidir como gastar o dinheiro de todos. Governos não existem para construir estádios olímpicos ou subsidiar a rede hoteleira.

É uma verdadeira loucura, um escárnio, moral e economicamente injustificável, o governo gastar bilhões sem pensar nos custos (especialmente os custos de oportunidade), sem pensar que alguém, no futuro, vai ter que pagar essa conta salgada.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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