Afinal, o que é a verdade?
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Com a criação da chamada “Comissão da Verdade” na Câmara dos Deputados**, ficou claro, pelas diferentes manifestações, que seu objetivo é o levantamento do nome de militares envolvidos na Revolução (para a esquerda, “golpe”) de 1964 que seriam responsáveis pela tortura e o desaparecimento de simpatizantes do comunismo e dos regimes de força dele decorrentes. O caso símbolo é o de Rubens Paiva (ex-deputado) cujo corpo jamais foi encontrado.
Seria de todo interessante que a tal “Comissão da Verdade” pesquisasse crimes de morte e latrocínio patrocinados ou realizados pelas soi disant organizações que lutavam pela redemocratização do País. Os movimentos eram integrados por gente cara a Fidel Castro e as lideranças de Moscou (de antes do desmoronamento do regime comunista). A verdade sobre guerrilheiros urbanos ou rurais que assaltaram bancos, sequestraram embaixadas e aviões, mataram sentinelas (civis prestando serviço militar) também precisa ser conhecida.
A Lei da Anistia em nível individual certamente beneficiou inúmeros cidadãos e cidadãs e resultou num enorme passivo para a sociedade com a criação das “bolsas-ditadura”, definidas sem qualquer critério por uma “Comissãozinha da Verdade”. Houve casos, mesmo, em que esquerdistas “festivos” ligados ao meio cultural receberam milhares de reais por prejuízos que nunca tiveram. Talvez seja o caso de investigar essa gente no âmbito da “Comissão da Verdade”.
Para se chamar “Comissão da Verdade” ela não pode ser parcial nem refletir apenas a versão que os atuais titulares do Poder gostariam. Enfim: não pode ser uma comissão de meias verdades.
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
** Notícia relacionada: Ministra: ‘Comissão da Verdade vai investigar responsabilidades’. O Globo online /País, 01.03.2012, 23h 45min