A revolta da base e o trem-bala
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
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Já não é de hoje que o principal aliado do governo Dilma Rousseff, em nível legislativo, é o PMDB. Também já não é novidade que o Partido se sente pouco representado no primeiro escalão do Poder Executivo. É verdade que o presidente do Senado é peemedebista, como também o é o líder da maioria, mas a derrota foi muito dura para Dilma porque se tratava de reconduzir Bernardo Figueiredo, escolha pessoal da Presidente.
O sinal é claro: o PMDB quer mais cargos de primeiro e segundo escalões. O PMDB também está desgostoso com a Presidente que, quando aceita um peemedebista para um ministério, trata de escolher, junto, um secretário executivo. O secretário deve ser, preferencialmente, um profissional comprometido pessoalmente com Dilma e é, preferencialmente, um técnico com viés político.
A não aprovação de seu amigo Bernardo Figueiredo certamente levará Dilma a antecipar a criação de uma empresa para implantar o trem-bala. Como já se sabe, em princípio o projeto é antieconômico, levando-se em conta, inclusive, que as autoridades federais serão obrigadas a acelerar a privatização (via concessões) dos principais aeroportos do País. Isto, certamente, melhorará a qualidade de embarques e desembarques e a atratividade dos aeroportos como pontos comerciais.
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* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL