À procura de um modelo
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Embora desproporcionalmente nutrida, a presidente do Brasil fez uma declaração pública de enorme pobreza. Ao dizer que não poderia criticar o “regime” (“policial”, por minha conta) cubano pelas graves e sequentes ofensas aos direitos humanos, Dilma comportou-se como uma guerrilheira em cujo doutrinário “os fins justificam os meios”.
Disse que não poderia criticar as políticas de direitos humanos na ilha de propriedade dos Castro porque em todo o mundo se agridem os direitos humanos. Exemplificou com o caso de Guantánamo, prisão norte-americana em solo cubano onde esses direitos são agredidos diuturnamente. Por isto, escusou-se a comentar o exercício dos direitos humanos na fazenda dos Castro, apesar da solicitação tanto dos presos políticos quanto das “damas de branco” da Ilha.
Acolher a solicitação teria sido extremamente importante, logo agora que morreu, em conseqüência de greve de fome, um preso político que, na concepção de Lulla, seria um marginal como tantos outros que detemos nas cadeias públicas no Brasil. Talvez lhe tenha ocorrido naquela ocasião que o projeto que lutava para implantar em nosso país, nos anos da ditadura militar, fosse exatamente este em que o triunfo da mais longa ditadura do mundo só sobrevive das esmolas de Hugo Chávez e do Brasil.
Dilma, pelo menos, poderia ter deixado vazar alguma crítica que tivesse feito aos donos da Ilha. Não, ela perfilou-se com Lulla que, ao chegar a Cuba recebeu, igualmente, um morto, preso político de um regime que não discute política.
Uma pena que faltou à nossa presidente uma lembrança que teria feito de sua passagem em Cuba uma referência para o Continente. Se Guantánamo agride por agressões aos direitos humanos de suspeitos de terrorismo, que dizer da população cubana detida por ter interpretações diferentes do que realmente é “Cuba Libre“?
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
N.E.: Cuba nega autorização para blogueira visitar o Brasil
fonte da imagem: Wikipédia