A fábula é conhecida
ARTHUR CHAGAS DINIZ *
O ministro Roberto Campos, com quem tive a honra e o privilégio de trabalhar, alertava sempre os mais açodados defensores de determinadas ideias, repetindo o ditado: É impossível botar o gato na cozinha para que ele coma o rato sem que ele beba o leite.
Esta lembrança me ocorre agora, no mesmo momento em que Dilma Rousseff, justamente agoniada com a paralisação dos investimentos em obras públicas no País, quer acelerar o progresso das concessões de rodovias e ferrovias. Ela quer que os potenciais investidores esqueçam a instabilidade monetária e aceitem limites de tarifas e pedágios, insuficientes para aceitar o risco. Os concessionários teriam que aceitar um teto para tarifa de pedágio e, ao mesmo tempo, o investimento imediato em obras de duplicação.
No ambiente atual, a inflação não é um fantasma longínquo, é uma realidade palpável. Tentando domesticar os instintos do gato – a busca da lucratividade – não vamos dizimar os ratos, ou seja, ou se aceita tarifa variável com a inflação ou os ratos (as estradas inacabadas) vão continuar na cozinha.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL