Crises e Oportunidades
JACOB G. HORNBERGER *
Discurso para 240 pessoas no Charleston Meeting, um prestigiado encontro mensal para debates em Charleston, Carolina do Sul, EUA. Os outros oradores foram o senador dos EUA, Tim Scott (R-S.C.), o deputado Jeff Duncan (R-S.C.), o deputado eleito Mark Sanford, Jim Capretta (American Enterprise Institute), Alex Nowrasteh (Cato Institute), Ken Abramowitz (Consultor Financeiro em Nova York) e Mark Mix (Direito ao Trabalho). A palestra foi realizada de modo improvisado e por isso o que se segue não é uma transcrição literal da fala.
Muito obrigado. É bom estar aqui com vocês para compartilhar ideias sobre liberdade.
Aonde quer que você olhe há uma crise. Previdência Social, saúde, imigração, combate às drogas, terrorismo, Afeganistão. A lista vai longe.
O que é interessante nessas crises é que todas elas têm um denominador comum: o governo federal. Ou, para ser mais específico, o tipo particular de sistema econômico federal, sob o qual todos nós nascemos e fomos criados, que é um misto de socialismo, intervencionismo, corporativismo, e imperialismo.
No plano interno, o papel do governo federal é o de cuidar das pessoas com benemerência e regulação. Previdência Social, Medicare, Medicaid, subsídios agrícolas, subsídios para a educação, ajuda a ditadores, leis de salário mínimo, a regulamentação da ADA[1], as leis sobre drogas, parcerias governo-empresários, salvamento financeiro a bancos e empresas, e assim por diante.
No lado externo, o papel do governo federal é ser o mantenedor da ordem e da estabilidade no mundo, com invasões, ocupações, sanções, embargos, operações para mudança de regimes, golpes, instalação e apoio a ditaduras, torturas, assassinatos, e assim por diante.
Portanto, não deve surpreender-nos que nossas vidas estejam repletas de crises permanentes e contínuas porque as crises são inerentes aos quatro ismos.
Então, a pergunta é: O que devemos fazer com todas essas crises?
Uma resposta é continuar a fazer o que temos feito por cerca de 80 anos – propondo reformas para enfrentar as crises. Mas o problema dessa abordagem é que, como aprendemos ao longo de décadas, as reformas conduzem inevitavelmente a mais crises, dando-nos um ciclo interminável de crises, reformas e crises, reformas.
Então, eu gostaria de compartilhar com vocês uma ideia diferente, que conduz toda esta questão a um nível superior, apenas para vocês pensarem e refletirem a respeito.
A minha ideia é: separação total da economia e do Estado – assim como nossos ancestrais americanos separaram a Igreja do Estado. Isto significa que toda a atividade econômica, assim como toda atividade religiosa, seria totalmente livre do controle, regulação e tributação do governo. Um sistema de livre iniciativa.
As pessoas estariam livres para exercer qualquer atividade profissional, sem uma licença ou uma autorização. Os consumidores decidiriam quem se manteria no mercado e quem ficaria de fora.
As pessoas seriam livres para estabelecer transações econômicas com qualquer pessoa no mundo. Se você quisesse viajar para Cuba e gastar dinheiro lá, tudo bem. Os federais já não poderiam colocá-lo na prisão depois do seu regresso aos Estados Unidos. Se você quisesse contratar um mexicano, um guatemalteco, um francês, quem quer que seja, você teria liberdade para isso. É o seu dinheiro e a sua empresa.
Você estaria livre para ficar com tudo o que você ganha. Não mais imposto de renda, Receita Federal, deduções fiscais, e o 15 de abril[2].
Você também teria a liberdade de fazer o que quisesse com seu próprio dinheiro. Sem caridade obrigatória. Nem Ditch Social Security, Medicare, Medicaid, subsídios agrícolas, ajuda a ditadores, bem como as leis de salário mínimo, os regulamentos econômicos, as parcerias governo-empresários, e os resgates de empresas e bancos.
No lado externo, a ideia é trazer de volta para casa as Forças Armadas de todos os lugares, e passá-las para o setor privado, juntamente com todas as agências de assistência social e burocratas reguladores. Desmontar todo o aparato de assistência social e as agências e departamentos reguladores.
E o que significa essa ideia?
Digo que ela proporcionará o período de maior prosperidade econômica na história da humanidade, especialmente para os pobres. Isso porque a partir de agora todo o volumoso capital do governo passa a ficar no setor privado. É o capital e a produtividade que são fundamentais para o aumento do padrão de vida, especialmente para aqueles que estão no patamar econômico mais baixo.
Digo ainda que ela também irá nutrir valores como responsabilidade, autossuficiência e caridade voluntária.
E mais: que todas as crises induzidas pelo governo federal sob as quais temos vivido desaparecerão e finalmente vamos viver uma vida de paz, harmonia, prosperidade, normalidade e liberdade.
Com as crises vêm tanto o perigo quanto a oportunidade. Vemos os sinais de perigo. Vemos a Grécia e o Chipre. E, ainda assim, permanecemos atolados no estatismo, juntamente com todas as infinitas tentativas de reformá-lo.
No entanto, temos uma grande oportunidade – a de legar às gerações futuras um sistema econômico com base na liberdade econômica – assim como nossos antepassados nos legaram um sistema de liberdade religiosa. Temos a oportunidade de nos guiarmos, e o mundo também, para os mais altos escalões de liberdade econômica, jamais conhecidos pelo homem.
Obrigado.
* PRESIDENTE DA THE FUTURE OF FREEDOM FOUNDATION
N.E.: Texto enviado para o IL em 15/05/2013, publicado no site FFF em 16/05/2013.