A escolha de Eduardo Campos
BERNARDO SANTORO*
Uma das grandes notícias políticas de ontem foi a briga entre o candidato a Presidente, o Governador Eduardo Campos, e os setores do Congresso que representam os interesses do agronegócio, cujo expoente em Goiás é o Deputado Ronaldo Caiado.
Tal confusão se deu com a entrada de Marina Silva ao PSB. A ex-Senadora é uma conhecida ambientalista, tendo sido uma das principais opositoras ao novo Código Florestal, ao passo que Ronaldo Caiado lutou pela sua aprovação por ser uma peça legislativa mais flexível que a anterior.
A manutenção do apoio dos dois a Campos era inviável, e o candidato optou por Marina. Essa escolha deve ser analisada com muito cuidado para quem pensa em apoiá-lo em 2014, pois foi uma péssima escolha.
Essa escolha é muito ruim do ponto de vista programático. O programa de governo do candidato Campos irá deixar de lado o agronegócio e, mais do que isso, atacá-lo.
Como eu escrevi anteriormente, o agronegócio é o futuro do país, pois temos vantagem absolutas e comparativas em relação a outros países, seja pela extensão de terra, pelo clima ou pelo pessoal e empresas especializados.
O que impede a plena realização dessa prosperidade é a falta de infraestrutura, a burocracia, a legislação ambiental, a indústria da reforma agrária e o protecionismo bilateral.
Marina Silva é a personificação de vários desses obstáculos. Assumindo verdadeiramente a liderança da campanha de Campos, o Brasil se verá novamente imerso no grande preconceito ao trabalho do campo, que é de alta tecnologia e rendimento, além de ser um dos mais seguros do mundo para se investir.
Do ponto de vista moral, Eduardo Campos se mostra uma pessoa extremamente pragmática e avessa a laços de lealdade. Ronaldo Caiado foi um político que esteve ao seu lado quando ninguém apostava na candidatura presidencial em comento. Se ele descarta amigos assim como candidato, imagine-se o que faria para conseguir o poder e mantê-lo.
Essa escolha mostrou falta de compromisso de Eduardo Campos com a liberdade, o progresso econômico e com a ética. Não é disso que o Brasil precisa. Mas sempre há tempo de mudar.
*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL