A camisinha é nossa!
NEY CARVALHO *
Os riscos da ascensão de Marina Silva à cadeira presidencial ainda não foram devidamente medidos pela sociedade. E eles se prendem a múltiplos fatores. Mas este texto não pretende explorá-los em todas as suas nuances. Trata-se apenas de exibir uma faceta da atuação pública da ex-senadora e pretendente ao cargo máximo da República.
Em sete de abril de 2008 foi inaugurada, com a presença e estímulo da então ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, uma das esdrúxulas inutilidades econômicas patrocinadas pelos governos do PT: a NATEX, uma fábrica de preservativos de borracha natural, localizada em Xapuri, no estado do Acre, berço do ambientalismo petista.
A oligarca plantou uma seringueira comemorativa na ocasião. Como não podia deixar de ser, é uma empresa estatal, sociedade entre o governo estadual e o ministério da Saúde, com ajuda financeira do BID – Banco Inter-Americano de Desenvolvimento.
A preocupação com resultados é secundária. Entre os pomposos objetivos institucionais da novel indústria o site da NATEX revela: desenvolver tecnologias para aumentar a competitividade dos produtos florestais;
viabilizar a economia extrativista da borracha natural do Acre, contribuindo para o desenvolvimento econômico do Município de Xapuri; elevar a qualidade de vida dos seringueiros; reduzir a importação de preservativos masculinos por parte do Ministério da Saúde; ampliar o parque tecnológico de produção de insumos de prevenção de doenças;
expandir as ações das atuais campanhas de prevenção do Programa DST/AIDS.
Alternativas, opções, custos e outras considerações burguesas são secundárias, quando se alegam razões sociais. Todos sabem que os ônus irão recair sobre os indefesos pagadores de impostos no país. Entretanto, o Brasil pode estufar o peito e se orgulhar:
“A Camisinha é Nossa!”
* ESCRITOR E HISTORIADOR