Homenagem a Roger Scruton
Roger Scruton (1944-2020) nasceu em 27 de fevereiro.
“Com base em Hume, Smith, Burke e Oakeshott, Scruton vê na interação de uma ordem legal e uma economia de mercado, não nascidas de um planejamento racional central, mas do seio livre da própria sociedade através dessa ordem espontânea, o melhor caminho. Se, contudo, esse caminho se mostrar eventualmente degradado, seria ‘resultado da interferência estatal’, sendo, ‘por certo, improvável ser por ela solucionado’.
Em seguida, Scruton exorta o seu leitor a reconhecer ‘o grande valor do liberalismo que, desde o seu nascimento no Iluminismo, tem se esforçado por nos incutir uma distinção radical entre ordem religiosa e ordem política, e a necessidade de exigir a arte de governar sem fiar-se na lei de Deus’. Por aí se vê que seu pensamento não guarda relação com concepções teocráticas nem com um irracionalismo irresponsável. O que ele combate, tal como Burke e Hayek, é a ‘arrogância racionalista’, que, na realidade, é tão irracional quanto o desprestígio da razão.” (Trecho de meu livro “Guia Bibliográfico da Nova Direita: 50 livros para compreender o fenômeno”, LVM Editora, p. 109)