O caso André Esteves e o capitalismo de compadres
Em 23 de novembro desse ano estava lendo o best-seller “Sonho Grande”, da jornalista Cristiane Correa. A obra conta a trajetória de Jorge Paulo Lemann, o brasileiro mais rico do mundo[1] e como ele e seus sócios revolucionaram o capitalismo brasileiro (embora seja um pouco romanceada, indico fortemente a leitura).
Chamou-me a atenção, porém este trecho:
Demorou apenas dois dias para eu ler no jornal as respostas[2]:
O que você faria se tivesse dinheiro investido em um banco cujo sócio majoritário tivesse sido preso?
As conseqüências naturais do ocorrido seguiram seu rumo[1][2] e o então maior banco de investimentos do Brasil perdeu bilhões de reais, além do grau de investimento em agências de Rating.
Não estou aqui querendo antecipar o julgamento de André Esteves: ele terá seus direitos ao contraditório e ao devido processo legal, constitucionalmente assegurados. Porém, independentemente do que será elucidado das relações entre André Esteves e o Governo Federal, fica claro que o mercado financeiro pune o capitalismo de compadres de forma mais célere e eficiente do que qualquer Código Penal.
[1] http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/12/apos-moodys-fitch-tira-grau-de-investimento-do-btg-factual.html
[2] http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,grupo-btg-perde-r-6-7-bilhoes-em-valor-de-mercado,10000003096
[1] Um sistema que se realiza mediante a criação de alianças e emaranhados comerciais estabelecidos entre grupos privados com o governo. Para entender melhor o fenômeno, ler Sérgio Lazzarini, Capitalismo de Laços – Os Donos do Brasil e Suas Conexões, 2011.
[2] http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/11/banqueiro-andre-esteves-e-preso-pela-policia-federal.html
[1] http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Resultados/noticia/2015/09/brasileiro-mais-rico-jorge-paulo-lemann-faturou-r-386-milhoes-por-hora-no-ultimo-ano.html
‘Trabalhador compulsivo.” KKK. Essa foi boa. Deu para perceber como esse André Esteves trabalhou compulsivamente durante anos com o governo para construir o seu império. Nenhuma novidade nessa república bananeira chamada Brasil.