Bolsa Família, vitória nas urnas
Não faz muito tempo que assisti na Internet a um estarrecedor vídeo do Dr. Hélio Bicudo. Para quem não sabe, trata-se de conhecido advogado paulistano que foi um dos fundadores do PT num prédio da Rua Maria Antônia, S. Paulo (SP).
Entre eles, havia o grupo dos sindicalistas do qual Lula era o líder, o grupo dos intelectuais, em sua maioria professores da USP, o grupo dos católicos, entre os quais os beatos Frei Betto e Hélio Bicudo, hoje duas Madalenas arrependidas.
No mencionado vídeo, aparece Hélio Bicudo relatando um diálogo que tivera com José Dirceu, conhecido como o Capo entre os membros da nomenklatura petista – Quem seria il Capo di tutti i Capi?!
Naquela época falava-se muito, nas reuniões do partido, em Bolsa Família. Mas ninguém sabia dizer o que realmente vinha a ser tal coisa, qual o seu modus operandi.
Imbuído de caridade cristã, Bicudo desejava se informar melhor a respeito do piedoso programa do PT. Sendo assim, pediu esclarecimentos ao Capo, José Dirceu. E obteve uma resposta curta e grossa:
“Ora, Bicudo, o Bolsa Família são 30.000.000 (trinta milhões) de votos!”
Que resposta simples e precisa! Quase tanto quanto a de Goebbels quando um repórter americano lhe perguntou o que é o nazismo. Resposta: “O nazismo é a vontade do Führer”. E era mesmo!
Pena que no nosso Código Penal não exista a figura de estelionato eleitoral, um dos piores crimes dos políticos…
Agora que se aproximam as eleições já li vários e-mails sobre as expectativas eleitorais, mas um dos melhores foi o que Joaquim Salles enviou para a Rede Liberal.
Era um texto em que ele conversava com um amigo dele, um matemático cujo nome Joaquim não quis dizer.
O arrazoado era impecavelmente lógico e mostrava com cristalina clareza que Dilma não perderia a eleição, sob nenhuma hipótese!
A razão principal apresentada por ele era justamente o eleitorado cativo do PT: 32.000.000 de votos da Bolsa Família.
Numa passagem crucial do texto, Joaquim coloca uma objeção: “São muitas variáveis! Não dá para afirmar que ela ganha! A queda da popularidade dela pode fazer com que a gangorra mude de lado.”
[E aqui é preciso dizer que muita gente acha que Lula está com as barbas de molho e de olho nas pesquisas eleitorais. Se Dilma cair ao ponto de se tornar bastante provável sua derrota, o candidato do PT será Lula em pessoa, não o seu “poste”].
“E ele continuou: “Não muda, não! Há um freio! A Bolsa Família chega a 14 milhões de famílias. Hoje isso significa uma entrada média de 150 reais por mês para cada família. Há 3,2 pessoas por família no País e 72% dessas pessoas votam. Isso significa que 32 milhões de eleitores, ou 22% do eleitorado, têm interesse econômico na vitória da Dilma”.
“E um grupo motivado dessa forma tem uma tendência desprezível de fazer parte daqueles 30% que não querem saber da eleição, como vimos anteriormente. Isso significa que esses 22% se transformam em 32% dos votos válidos”.
“É de se supor que a popularidade absoluta da Dilma não seja nula! Se ela tiver 18% de eleitores fieis e que não dependem da Bolsa Família já chega para ganhar a eleição. CQD”.
Dito de outra forma: nem todo eleitor cativo do PT ganha Bolsa Família, mas todos que a ganham são eleitores cativos do PT, ou seja: antes mesmo de começar a campanha eleitoral, Dilma já tem assegurados 22% dos votos.
O argumento do matemático parece irrefutável: os bolsistas da Bolsa Família são o suficiente para que Dilma – ou qualquer outro “poste” de Lula – ganhe sempre as eleições.
Não é preciso nem aventar a hipótese de fraude nas urnas eletrônicas, já denunciada sua fragilidade por alguns técnicos de Informática.