Trigésimo quarto mês do NFL: Frédéric Bastiat
O Instituto Liberal, o Instituto Liberal do Nordeste e a Sociedade Tocqueville, em parceria, utilizando as ferramentas que as redes sociais nos proporcionam, organizam reuniões virtuais, integralmente abertas ao público, para debater textos dos mais importantes autores nacionais e internacionais dentro do espectro liberal. O nome do projeto é “Núcleo de Formação Liberal” (NFL).
A intenção do projeto é que os debates e reflexões se concentrem o mais exclusivamente possível na obra dos autores, para qualificar a formação do pensamento de nossos ativistas e lideranças nos diversos setores da sociedade. Todas as reuniões são baseadas em trechos ou capítulos de obras, previamente divulgados. Um ou dois relatores se encarregam de fazer uma explanação a respeito dos trechos selecionados, seguida de um debate com apontamentos dos representantes dos institutos responsáveis pela iniciativa e a participação do público.
Depois de Friedrich Hayek, Joaquim Nabuco, Edmund Burke, Roberto Campos, Ludwig von Mises, José Guilherme Merquior e Thomas Sowell (ao longo de 2020), além de um encontro de revisão em janeiro, estudamos em 2021 Ayn Rand, Antonio Paim, Murray Rothbard, Ubiratan Borges de Macedo, José Ortega y Gasset, José Osvaldo de Meira Penna, John Stuart Mill, Tavares Bastos, Milton Friedman e Rui Barbosa. Em 2022, foram abordados John Locke, Visconde do Uruguai, Adam Smith, Frei Caneca, Alexis de Tocqueville, Miguel Reale, Henry David Thoreau, a presença do liberalismo na Independência do Brasil e Hans-Hermann Hoppe e Eugênio Gudin. Iniciando a quarta temporada em 2023, estudamos os livros “Evolução Histórica do Liberalismo” e “História do Liberalismo Brasileiro”, os temas “Constitucionalismo” e “Positivismo”, Carlos Lacerda e os Fundadores do Instituto Liberal. Em agosto, estudamos a vida e obra do economista, político e jornalista francês Frédéric Bastiat (1801-1850).
17/08 – “A Lei” e “O que se vê e o que não se vê” – 19h
O primeiro encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal) e Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste), tendo o último se encarregado da relatoria principal e o primeiro de uma breve apresentação inicial.
A apresentação inicial abordou a vida de Frédéric Bastiat, seu alinhamento à pregação da escola manchesteriana britânica na defesa do livre comércio, seu esforço por divulgar pela literatura e pela imprensa essas ideias – bem como sua inspiração nos economistas clássicos franceses, como Jean-Baptiste Say – e sua atuação como político na França dos primeiros anos pós-Revolução de 1848. A apresentação principal e a fase interativa se concentraram nos textos de Bastiat mais populares no Brasil.
Já então, a relatoria enfatizou o caráter pouco sistemático da obra de Bastiat, a pouca reputação que o autor encontra hoje nos meios tradicionais, sua crítica à falácia da vidraça quebrada e seu discurso veemente contra o que chamava de “espoliação legal” e uma prática de “fraternidade forçada”, isto é, contra o socialismo e o intervencionismo.
29/08 – Bastiat: meios, fins e as conexões entre os setores – 19h
O segundo encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste) e o professor Fabio Barbieri, especialista nos economistas liberais clássicos franceses que foi o relator da noite.
A apresentação do professor Barbieri foi uma síntese biográfica e teórica de Bastiat extremamente abrangente, com ênfase para a obra Harmonias Econômicas, um trabalho inacabado em que o economista francês pretendia sintetizar suas teorias econômicas. A teoria do valor de Bastiat, com elementos que ainda não alcançavam a teoria consagrada pela revolução marginalista, e o papel limitado do Estado segundo o autor foram alguns dos temas abordados no encontro.
A relatoria também mencionou os debates públicos travados entre Bastiat e o anarquista e socialista utópico Pierre-Joseph Proudhon, A apresentação se preocupou em demonstrar as inspirações teóricas de Bastiat nos economistas clássicos franceses, a recepção de sua obra por parte de diferentes autores posteriores e a falsidade da afirmação de que ele não teria robustez teórica.