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José Osvaldo de Meira Penna é tema de décimo terceiro mês do NFL

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Instituto Liberal, o Instituto Libercracia, o Grupo de Estudos Dragão do Mar e o Instituto Liberal do Nordeste, em parceria, utilizando as ferramentas que as redes sociais nos proporcionam, organizam reuniões virtuais, integralmente abertas ao público, para debater textos dos mais importantes autores nacionais e internacionais dentro do espectro liberal. O nome do projeto é “Núcleo de Formação Liberal” (NFL).

A intenção do projeto é que os debates e reflexões se concentrem o mais exclusivamente possível na obra dos autores, para qualificar a formação do pensamento de nossos ativistas e lideranças nos diversos setores da sociedade.  Todas as reuniões são baseadas em trechos ou capítulos de obras, previamente divulgados. Um relator se encarrega de fazer uma explanação a respeito dos trechos selecionados, seguida de um debate com apontamentos dos representantes dos institutos responsáveis pela iniciativa e a participação do público.

Depois de Friedrich Hayek, Joaquim Nabuco, Edmund Burke, Roberto Campos, Ludwig von Mises, José Guilherme Merquior e Thomas Sowell (ao longo de 2020), além de um encontro de revisão em janeiro, estudamos em 2021 Ayn Rand, Antonio Paim, Murray Rothbard, Ubiratan Borges de Macedo e José Ortega y Gasset. Neste mês de julho, o foco foi no brasileiro José Osvaldo de Meira Penna (1917-2017).

07/07 – 19h – Pensadores brasileiros: José Osvaldo de Meira Penna (artigo publicado no site do Instituto Liberal)

O primeiro encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), João Marcelo (Dragão do Mar), Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste) e o professor Ricardo Vélez Rodríguez, que atuou como relator. O professor fez uma exposição geral da biografia de Meira Penna e de sua obra histórico-filosófico-política.

O relator se baseou em um artigo que redigiu apresentando exatamente essa síntese. Ressaltou a vida rica de Meira Penna, que se formou em Direito e exerceu a diplomacia em diferentes países, o que se refletiu na vastidão temática de seu trabalho. Sintetizou que Meira Penna criou, junto com alguns intelectuais de inspiração liberal, a Sociedade Tocqueville, entidade da qual foi presidente, presidindo também o Instituto Liberal de Brasília e sendo membro ativo da Sociedade Mont Pélérin.

Vélez pontuou que a produção intelectual de Meira Penna pode ser aglutinada ao redor de três grandes centros de interesse: a história, a filosofia (notadamente a dedicada à reflexão sobre a política e a ética pública) e a sociologia. Ressaltou que o autor se considerava um “neoliberal” e um defensor do “pensamento liberal conservador” e esmiuçou suas críticas aos males românticos que influenciavam a cultura latina, afastando-a da ordem liberal, e os aspectos perniciosos do patrimonialismo que atravanca o desenvolvimento brasileiro.

Na fase interativa, destacou-se um pouco mais o monturo de burocracias e práticas corporativistas que marcam a vida pública brasileira, tal como descritos com bom humor e sarcasmo por Meira Penna. Abordou-se também a influência do pensamento de Carl Jung sobre as análises do embaixador acerca da psicologia brasileira.

14/07 – 19h – Opção preferencial pela riqueza – Cap. IV (Opção preferencial pelo rico); Meira Penna e a Teologia da Libertação (artigo publicado no site Senso Incomum)

O segundo encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), João Marcelo (Dragão do Mar), Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste) e Lorena (Instituto Libercracia), tendo por relator convidado o historiador Alex Catharino, que, assim como o professor Ricardo Vélez, conheceu Meira Penna pessoalmente.

Fizeram parte da explanação de Catharino observações a respeito da vida privada de Meira Penna e histórias sobre a convivência com ele. O tema central, entretanto, foi sua abordagem da relação entre Catolicismo e capitalismo e sua crítica à Teologia da Libertação, voltada a introduzir preceitos de índole marxista no universo cultural da Igreja. Também estudou-se a crítica de Meira Penna à Revolução Francesa e ressaltou-se mais uma vez a prioridade de Meira Penna de estudar o Brasil sob a perspectiva da psicologia social.

Catharino procurou demonstrar que a postura dos teólogos da Libertação de tentar enfatizar uma “opção preferencial pelos pobres” e pela ação sócio-política é um dos alvos centrais dos ataques demolidores de Meira Penna, sobretudo porque o verdadeiro benefício para os pobres passa pelo respeito à economia de mercado. Enfatizou-se também que o Cristianismo “prosperou sob o signo da contradição”, o que o relator empregou para explicar também parte do pensamento de Meira Penna, que ao mesmo tempo era um liberal católico e fazia uso das teses ateístas da objetivista Ayn Rand.

Abordaram-se, na fase interativa, o conjunto das críticas econômicas de Meira Penna, a prioridade que Meira Penna dava à liberdade econômica sobre as liberdades políticas, bem como as polêmicas travadas entre os liberais da geração dos anos 80 com quem Meira Penna teve contato e as opiniões controversas do embaixador sobre a mudança de capital do país nos anos 50.

22/07 – 19h – O Dinossauro – Cap. IX (O Brasil e a Idade da Razão) – p. 116-135 – São Paulo: T. A. Queiroz, 1988; Decência Já! – A verve e a intensidade de Meira Penna (artigo publicado no site do Instituto Liberal e no livro Guia Bibliográfico da Nova Direita)

O terceiro e último encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), que se encarregou também da relatoria, Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste) e Wilson Filho (Dragão do Mar). As considerações se concentraram em duas obras que reúnem artigos de Meira Penna nos jornais, empreendendo suas críticas pungentes ao que chamava de ideologia “nacional-socialista” ou “social-estatista” prevalecente na política brasileira: Decência Já! e O Dinossauro.

O relator salientou o fato de que as influências bibliográficas de Meira Penna eram bastante similares às referências da geração de liberais e conservadores atuais, englobando o pensamento de Edmund Burke, a Escola Austríaca de Economia e até vertentes mais radicais, como o libertarianismo rothbardiano e o Objetivismo de Ayn Rand. Berlanza pontuou ainda a crítica de Meira Penna ao Estado-nação soberano (de certo modo, na leitura do relator, um pouco contraposta à visão do conservador britânico Roger Scruton) e seus ataques ao dirigismo da Constituição de 1988.

Berlanza também apontou as bases filosóficas, na visão de Meira Penna, do problema brasileiro, assentadas em um sincretismo problemático entre um racionalismo hobbesiano (embora o autor estudado tivesse muitos elogios a Thomas Hobbes) e um romantismo de inspiração rousseauniana; sua análise da formação brasileira e do discurso – e eventual oportunidade – do chamado “autoritarismo instrumental”; sua visão sobre as especificidades do patrimonialismo brasileiro e a importância do enraizamento transparente das correntes de opinião no país.

Na fase interativa, os temas mais discutidos foram a importância de recuperar a memória histórica e social do Brasil e a questão monárquica, levando-se em consideração que Meira Penna tinha simpatias por essa forma de governo.

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