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Violentando os números

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JOÃO PEQUENO*

Roberto Campos (1917-2001) já nos ensinava que “estatísticas são como o biquíni: o que revelam é interessante, mas o que ocultam é essencial”. Hoje quando a elogiar beleza de uma mulher de biquíni é equiparado a assédio sexual porfeministas tão bonitas quanto inteligentes, o Brasil já voltou a passar dos 50 mil homicídios anuais, em 2012. A mesma pesquisa do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) para o 7º Anuário de Segurança Pública, porém, diz que houve mais estupros do que assassinatos no ano passado.

pesquisa, repercutida sem nenhuma pulga atrás da orelha pelos maiores sites e jornais do país, omite mudança de lei que, em 2009, definiu como “estupro” qualquer “ato libidinoso” não consentido – conceito vago dá margem à denúncia até por um beijo roubado. Não à toa, registros de estupros mais que triplicaram desde os 15 mil de 2005. Em oito anos, o Brasil não se tornou a índia, por mais que feministas insistam em invocar uma “cultura de estupro” condenando as mais prosaicas cantadas.

Enquanto menospreza sua liderança mundial de assassinatos em números absolutos, o país confunde o foco da investigação de crime hediondo com a ampliação indevida de sua tipificação e não melhora em nada como evitá-lo – que o digam as meninas recentemente estupradas emônibus (foram duas) e na praia do Leblon, no Rio, à luz do dia.

(Sujeito acima, após assaltar os passageiros, ‘aproveitou a chance’ para estuprar uma passageira, e ainda queimou o filme dos Ramones, que devem estar se revirando em suas tumbas, mas, como é dimenor, não posso mostrar a cara dele. Detalhe: a polícia só o encontrou porque a idade dela não era conhecida em princípio e, por isso, a cara dele foi mostrada)

Levada a cabo, a lei que estuprou a lógica há quatro anos, poderia custar 30 anos sem fiança a Zé Kéti (1921-1999). Não adiantaria nem alegar que “não me leve a mal, hoje é Carnaval”, antes de “beijar-te agora”. Teje preso, seu machista opressor!

*JORNALISTA – publicado originalmente no Jornal Destak.

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