Uma nação de tolos
JOÃO LUIZ MAUAD *
A presidenta Dilma fez, no último sábado, dia das crianças, um discurso inacreditável, já destacado aqui pelo colega Bernardo Santoro, mas que vale a pena reproduzir, in verbis:
“Eu, primeiro, queria dirigir um cumprimento aqui aos nossos prefeitos e às nossas prefeitas, e dizer que muito me honra a presença deles aqui hoje. E, em especial, uma vez que eu estou aqui nesta cidade tão querida que é Porto Alegre, cumprimentar o nosso prefeito Fortunati e a querida, a primeira-dama Regina Becker. Principalmente porque, se hoje é o Dia das Crianças, ontem eu disse que criança… o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais. Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.“
Uma verdadeira montanha de bobagens, proferida em apenas trinta e poucos segundos, deixou perplexos todos aqueles que têm mais de dois neurônios. Boa parte desses, no entanto, preferiu usar o sarcasmo.
Reinaldo Azevedo, por exemplo, disse não saber se se “encanta mais com o dom do pensamento ou com o da sintaxe”.
Já Augusto Nunes achou “difícil imaginar o que se passou com o neurônio solitário naqueles 31 segundos”.
De fato, são tantas bobagens em tão pouco espaço de tempo que fica difícil não ironizar. Mas o assunto é sério. Muito mais sério do que se possa imaginar a primeira vista. E o problema não é propriamente a dona Dilma, mas uma nação capaz de confiar a uma mulher como ela a presidência da república. Será muito mais fácil desfazer e consertar as loucuras e invencionices dessa senhora do que incutir o necessário discernimento num eleitorado majoritariamente disposto a reelegê-la presidente.
A senhora Dilma Roussef nada mais é do que o sintoma de um problema muito mais profundo e complicado. No curto prazo, o país deverá sobreviver a ela, que é, afinal de contas, apenas uma tola, atrevida o suficiente para dizer e fazer tolices remediáveis. Entretanto, é menos provável que, em longo prazo, o país sobreviva a uma multidão de tolos disposta a dar a ela, a Lula e a outros despreparados status de líderes incontestes.
* DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL