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Uma defesa liberal da Educação Familiar

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Heitor Machado*

homeschooling3Qual pai quer o mal de um filho? Nem se pautando exatamente na figura do pai, homem, mas naqueles que nos passam valores, exemplos, manias e nos ensinam a viver. Não vejo de forma alguma, que um pai saudável psicologicamente possa ter a mínima intenção de machucar um filho ou de lhe fazer algum mal. Afinal, são esses hoje pequenos que levarão nosso legado e dirão com profunda alegria e saudades sobre os que procuraram sempre trazer o melhor dos resultados.

Compreende-se que esses pequeninos seres em nossa tutela sob um período de nossas vidas são o maior de nossos investimentos. Bons filhos retribuem o carinho que lhes é dado na tenra idade e pode ser excelente um pouco de sua ajuda na fase em que voltamos a usar fraldas e a precisar de auxílio para as mais simples coisas. Na velhice, teremos a taxa de retorno desse ativo que concebemos.

Dessa forma, agora trazendo o tema para o lado da liberdade venho lhe trazer um tema que para nós, brasileiros, talvez nunca tenha sido discutido com a devida importância, o Homeschooling, ou a Educação Domiciliar. No Brasil, até pouco tempo atrás o assunto era proibido, punido pela justiça de crime de abandono intelectual, previsto no Art. 246 do Código Penal. Isto é, caso você não matricule seu filho no ensino básico, poderá ter uma pena entre 15 dias e um mês além de multa.

Porém, há ventos de mudança em curso. Em 2011, um casal do Paraná conseguiu o direito de educar seus filhos em casa, pois os pais comprovaram que tinham conhecimento intelectual para tal e o juiz lhes concedeu esse direito em caráter limitado, com as crianças sendo obrigadas a fazerem provas para avaliar seu desempenho na escola domiciliar. Devem ser usurpadas pelo Estado o direito  da família de ensinar como bem entenderem? E repito, qual pai quer o mal de seu filho?

Apesar do salto tecnológico que o mundo passa atualmente, o modelo de educação que eu, você, seu pai, seu avô e muitas gerações antes de nós foram ensinados segue basicamente o que foi estabelecido ainda nas primeiras tentativas de transmitir conhecimento em monastérios da Idade Média. Com exceção de uma ou outra inserção de multimídias como computadores e datashows, quase que em sua totalidade os alunos continuam olhando para um expositor que dá uma interpretação que também lhe foi ensinada da mesma forma. Existem até algumas iniciativas diferenciadas, mas nenhuma delas obteve efetividade até então, já que não focam no resultado, mas sim em fatores subjetivos e até muitas vezes criados para o questionamento da autoridade familiar.

Quantas outras versões podem ter sucesso na busca do eterno conhecimento e que ainda não foram descobertas? Evolução é constante mudança e sinceramente, não vislumbro que o modelo atual de ensino possa evoluir muito a ponto de criar muito mais Shakespares, Newtons, Einsteins, Jobs, Dells ou Musks do que foram criados no último século. E falando um pouco da experiência pessoal, não fui a nenhuma escola para aprender sobre idéias da liberdade, sobre Hayek, Friedman ou Mises.

Nesse ponto, a Internet está se mostrando o grande mar de conhecimento a ser desbravado. O que antes levaríamos semanas pesquisando em uma biblioteca, hoje temos ao alcance dos dedos e vejo que somos muito mais administradores de conhecimento do que simples absorvedores dele. Seu cérebro também tem limitações e talvez não seja mais tão efetivo assim decorar que Ácido + Base = Sal + Água, mas continua igualmente importante saber que elementos químicos reagem e deles surgem produtos diferentes daqueles que estavam antes.

Muitas pessoas de sucesso não seguiram a educação formal e mesmo assim usaram de suas habilidades para trazer resultados altamente concretos para o mundo, deixando um legado de enriquecimento cultural e tecnológico que jamais será esquecido. Inovação e Educação devem combinar para que tenhamos melhores resultados finais.

Não estou falando que a Escola não continue importante, estou falando que não é mais efetivo que seja mera expositora, mas seja sim o centro de indicações de conceitos para que o aluno sim, por meio da meritocracia, possa engrandecer em determinado ramo de conhecimento. As lições de Macro e Microeconomia na faculdade foram fundamentais para que eu pudesse crescer no conhecimento das Escolas de Chicago e Viena, mas se eu dependesse meramente delas, é muito provável que você não estivesse lendo esse texto.

Outro conceito econômico extremamente importante para analisarmos o crescimento da incapacidade da escola tradicional e do sucesso da Educação Domiciliar pode ser comprovado na Lei dos Rendimentos Decrescentes. Segundo ela, a medida que adicionamos mais uma unidade de trabalho a produção final tende a diminuir mais rapidamente, coeteres paribus, ou seja, todo o restante constante. Para traduzir, se 1 padeiro faz 10 pães com 1 forno, 10 padeiros não farão 100 pães com o mesmo forno. Apesar disso, 1 professor continua dando aula para 50, 60, em alguns casos 150 alunos na mesma sala de aula. Obviamente, a produção final que é o conhecimento, tende a cair.

Assim como a lei da gravidade, as leis econômicas são inexoráveis e você pode até dizer que ela não existe, mas se tentar dar uma de Super-Homem acabará em um hospital. O mesmo vale para a produção do conhecimento de um aluno, ela nunca será maior numa sala de aula com 50 alunos do que com o tutor dando total atenção a ele no conforto do lar.

Claro que chegamos ao ponto em que o texto é questionado sobre os custos dessa educação caseira. Retomo que todo o exposto dita sobre a liberdade de querer ou não dar um tipo de educação diferenciada, já que atualmente essa condição nos levará a posição de criminosos perante a sociedade. Só o indivíduo pode escolher sobre quanto está disposto a retrair de sua renda disponível para trocar por um resultado final.

Empreendedor*

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Um comentário em “Uma defesa liberal da Educação Familiar

  • Avatar
    03/07/2014 em 9:51 am
    Permalink

    Isso é uma coisa que assino em baixo e defendo com todas as minhas forças.

Fechado para comentários.

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