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Uma agressão à Veja, à Editora Abril, à Liberdade de Imprensa e ao Brasil

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Enquanto a candidata petista Dilma Rousseff se esforçava por responder ao irrespondível no último debate da Rede Globo de Televisão, os verdadeiros democratas, já profundamente preocupados com o tipo de projeto de poder que o Partido dos Trabalhadores e seus defensores sustentam para o país, assistiram surpresos a uma das mais absurdas demonstrações de sua índole intolerante e totalitária.

O país já havia acordado com a notícia da bomba na matéria de capa da Revista Veja, do finado Roberto Civita, detestada pelos esquerdistas e petistas – hoje, diga-se de passagem, porque, quando suas páginas denunciavam os escândalos do governo Collor, entusiasmava os correligionários da legenda que presentemente nos governa. A matéria dava conta de que o doleiro Yousseff, envolvido nos escândalos da Petrobras e beneficiado pela delação premiada, afirmou que ninguém menos que Lula e Dilma tinham plena ciência do gravíssimo esquema que funcionava na estatal.

A reação do PT, já no começo do dia, foi oposta a tudo que se esperaria de um governo responsável, que defendesse legitimamente a liberdade de expressão. Em seu horário de propaganda eleitoral, a candidata petista afirmou que a editora Abril estaria praticando “terrorismo eleitoral” e teria que se entender com a Justiça. Na prática, taxou a revista de criminosa, ao alegar que ela e seus “cúmplices“ – “forças ocultas”, que não sabemos quem são – responderiam pelo malfeito. Tentou, junto ao TSE, censurar a publicação, impedir que a revista circulasse. Felizmente fracassou.

Terrorismo de verdade, porém, ocorreu mais tarde. De acordo com informações veiculadas em diferentes portais de notícia e que já haviam chegado ao nosso conhecimento através da agilidade providencial das redes sociais, a sede da editora Abril, na zona oeste de São Paulo, foi atacada por cerca de 50 pessoas. Elas fizeram pichações, espalharam sacos de lixo rasgados, edições picadas da revista Veja e pedaços de papel higiênico em frente ao local, e assinaram sua “obra” com a sigla da União da Juventude Socialista. Segundo testemunhas, os “manifestantes” – o que é um eufemismo para identificar esses agressores da democracia – passaram cerca de meia hora lançando gritos de guerra contra a revista.

O PT, com sua retórica incessante e propositada em defesa da “democratização da mídia” – outro gentil eufemismo, desta vez para se referir a “controle” e “censura” -, já havia mostrado de forma nua e crua a verdadeira face de seu projeto totalitário, ainda pela manhã, ao buscar silenciar o inconveniente e fazer suas “juras de vingança” a um veículo de imprensa, que mais não fizera que cumprir seu dever. Com isso, sinalizou para a reprodução das agressões à livre expressão na mídia, já promovidas por seus parceiros e aliados ideológicos no continente, como a tirânica Venezuela chavista. Já à noite, seu discurso irresponsável de ódio deu, por sua vez, a demonstração mais lamentável de seus trágicos efeitos.

Ao contrário do que disse Dilma, a revista não “insinuou” nada. Ela referenciou uma denúncia que havia sido feita por Youssef e que será dada a conhecer na continuação dos trâmites legais. Resguardou sua fonte, como lhe é dado fazer por direito.  Em sua ânsia totalitária e fascistóide, a presidente alegou que houve tentativa de “golpe eleitoral” na divulgação de uma notícia “sem provas”, e que seria ilegítima a antecipação do lançamento da revista (normalmente publicada aos domingos). Isso teria, no entendimento de Dilma, apenas o propósito de perturbar as eleições e baquear a democracia. Não se pode admitir que uma presidente da República pronuncie tais despautérios. A Revista Veja e a Editora Abril obtiveram uma informação, apuraram e, de forma absolutamente legal, cumpriram seu dever de divulgá-la, o que significa prestar um serviço à nação.

O autoritarismo petista, em contrapartida, presta um desserviço à ordem democrática e ao Estado de Direito, insuflando a repulsa e o ódio a quem apenas executou sua função. A atrocidade de agredir a sede da empresa é apenas um prenúncio simbólico do que representará o tratamento que essas pessoas desejam dar aos órgãos de imprensa, esteios fundamentais em um regime de liberdade. É preciso que os brasileiros repudiem estrondosamente tais atos de barbárie, que maculam e envergonham nossa realidade sócio-política e nosso patamar como civilização.

O que foi feito não foi pouco significativo; foi um ataque físico e direto à liberdade de imprensa e, por extensão, um ataque ao Brasil e ao povo brasileiro, posto que tal ato representa, em menor escala, o que tenderá a crescer se os anseios do petismo em relação à chamada “grande mídia” (o que quer dizer todos aqueles que incomodarem o governo com críticas minimamente ácidas) forem satisfeitos. Precisamos estar alertas e mostrar nas urnas que não admitimos esse tipo de incivilidade hedionda, que prezamos nossas liberdades e queremos viver em uma nação onde elas sejam garantidas.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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