Um filme de terror
ARTHUR CHAGAS DINIZ *

As enchentes do Rio se transformaram em filme de terror. Diga-se de passagem, o filme não é inédito. As cenas de anos passados se reproduzem ao vivo e com pobres cores.
As prefeituras, especialmente as da Baixada Fluminense, não são capazes, por conveniência política e administrativa, de reprimir a construção de imóveis em lugares inadequados, casas essas sem qualquer projeto de estrutura.
As chuvas torrenciais do Rio preveem a crônica de mortes anunciadas. A falta de fiscalização, a omissão, o descaso respondem na época das chuvas com prejuízos materiais, epidemias e mortes.
É um filme repetido quase anualmente, do qual já conhecemos o fim. O financiador é a população pobre, desassistida. É um filme de terror.
* VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
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