fbpx

Um breve comentário sobre a liberdade de Albert Einstein

Print Friendly, PDF & Email

As contribuições de Albert Einstein para o entendimento das leis do universo foram tão profundas que causaram uma revolução na ciência. Ainda hoje tentamos compreender as implicações de suas teorias. Ao considerá-lo um gênio, acabamos extrapolando a imagem de um ser humano singular, livre de angústias ou contradições.

Nada poderia ser menos verdadeiro.

Recentemente reencontrei anotações de minha leitura de seu livro Como Vejo o Mundo. Trata-se de uma coleção de curtos ensaios sobre suas doutrinas científicas, políticas e sociais, incluindo suas concepções filosóficas. Logo no início do texto, Einstein sugere que o Estado seria um mecanismo contrário à capacidade criadora do homem livre.

“Nos mecanismos universais, o mecanismo Estado não se impõe como o mais indispensável. Mas é a pessoa humana, livre, criadora e sensível que modela o belo e exalta o sublime, ao passo que as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e de embrutecimento.”
Apesar de sugerir que a capacidade criadora das pessoas surge da sua liberdade e capacidade de enxergar o belo, ele mesmo não se considerava livre.
“Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções íntimas.”
Em 1905, enquanto ainda trabalhava no escritório de patentes de Zurique, Einstein publicou os quatro artigos que redirecionaram o desenvolvimento da Física:
– sobre o efeito fotoelétrico, que fundamentou o desenvolvimento da física quântica;
– sobre o movimento browniano, que forneceu uma evidência empírica para a teoria atômica e corroborou o nascente ramo da física estatística;
– sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento, em que apresentou a teoria da relatividade restrita e reconciliou as leis da eletricidade e do magnetismo com as leis da mecânica;
– sobre a inércia e o conteúdo energético de um corpo, em que apresentou a famosa equação E = mc^2 e serviu como base para os estudos que culminaram no desenvolvimento da bomba atômica.Mises explicará em seu Ação Humana que “um homem é livre até onde pode viver e agir sem estar à mercê de decisões arbitrárias por parte de outras pessoas.” Certamente Einstein foi livre por mais que não se sentisse assim. Suas convicções íntimas em nada competiram com o exercício de sua liberdade.

Pelo contrário; suas contribuições só puderam ser concebidas por não estar ainda completamente inserido no ambiente acadêmico e, portanto, imune da ingerência de seus pares cientistas. Por mais que não acreditasse em sua própria liberdade, foi ela que o permitiu perseguir seus próprios interesses intelectuais e curiosidades. Foi por causa de sua liberdade que o mundo nunca mais seria o mesmo.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

José Edil G. de Medeiros

José Edil G. de Medeiros

José Edil Guimarães de Medeiros é professor no Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília. Foi um dos fundadores do Instituto Liberal do Centro-Oeste e do Instituto de Formação de Líderes de Brasília.

Pular para o conteúdo