Ucrânia: a fase de maior perigo está começando agora
JOHN FUND*
Primeiro Ministro Yatsenyuk fala como o Ocidente errou até agora e o que o futuro reserva
“Estamos entrando na fase de maior perigo”, me alertou o primeiro-ministro ucraniano Arseniy Yatsenyuk em Kiev ontem. Entre hoje (feriado do 1º de Maio) e 09 de maio, aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial**, ele espera “provocações de todos os tipos para desestabilizar nossas eleições presidenciais em 25 de maio”.
De fato, enquanto conversávamos, mais prédios do governo no leste da Ucrânia foram ocupados por grupos armados ilegais. Seis observadores europeus oficiais ainda estão sendo mantidos como reféns. Muitas sessões de votação poderão não estar em operação para a eleição .
“Podemos esperar mais reféns, seqüestros e até mesmo o terrorismo antes que a Ucrânia vote em 25 de maio”, prevê Yatsenyuk.
Yatsenyuk não tem ilusões sobre quem está por trás da desestabilização – ele confirmou um comunicado do secretário de Estado americano John Kerry feito esta semana, oferecendo prova de que é a Rússia. Kerry disse em uma reunião da Comissão Trilateral: “A Intel está produzindo conversas gravadas de agentes de inteligência recebendo ordens de Moscou. . . . Nós sabemos exatamente de onde elas estão vindo.” Yatsenyuk disse que a informação veio de serviços de inteligência ucranianos e é altamente confiável .
“O próximo grande conflito não será travado ao longo das linhas tradicionais, como na Segunda Guerra Mundial”, me disse. “Haverá guerra cibernética , manipulação das populações, esforços para desencorajar o investimento estrangeiro e minar as economias para que os países fiquem sob o controle dos outros”.
As tentativas da Rússia para sufocar a Ucrânia já estão tendo um efeito devastador sobre a capacidade do país de reparar sua depauperada economia, apesar da aprovação, ontem, pelo Fundo Monetário Internacional, de um pacote de 17 bilhões de dólares em ajuda financeira para a Ucrânia.
“Temos uma longa lista de prioridades para a reforma econômica – o reforço do Estado de direito, os incentivos para o investimento estrangeiro, a privatização e a luta contra a corrupção”, disse o Primeiro Ministro. “Mas o estresse de lidar com tropas na fronteira e com os provocadores dentro do país torna isso muito difícil.”
[Veja artigo na íntegra]
*Articulista do National Review Online. Artigo republicado pelo Centro de Economia Austríaca.
** Para a Rússia e países satélites da ex-URSS [N.E.]
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