TV Pública ou Privada?
São muitas as campanhas na internet contra programas televisivos julgados como sendo de mau gosto. A mais recente destas campanhas investe pesadamente, valendo-se de um texto de autoria falsa do Luís Fernando Veríssimo, contra o Big Brother e a TV Globo. Note-se que a TV aberta encontra-se num momento difícil em que tenta preservar qualidade e, ao mesmo tempo, atender a um público cada vez menos, digamos, exigente.
Televisão já foi entretenimento apenas de elite. Quedas de preço dos aparelhos, abundância de crédito aos consumidores e elevação da renda média de brasileiros, antes marginalizados da economia de mercado, colocaram a “telinha” em todas as residências. Acresce que dezenas de canais da TV por assinatura atraem, cada vez mais, a clientela mais sofisticada com programações direcionadas a gostos específicos. Querer que a TV aberta não atenda a seu público, mantendo apenas programação de “alto nível”, parece atitude elitista e autoritária. Como bem ressaltou Veríssimo em sua coluna, o telespectador insatisfeito tem a sua disposição a maior das armas: o controle remoto. Que mude de canal ou desligue o aparelho!
Vivemos ainda numa economia de mercado onde se impõe a soberania do consumidor. Se não é a vontade do telespectador, que vontade deverá ser atendida? O desejo de melhorar o homem por imposição de vontades pode ter suas boas intenções, mas, na prática da História, levou-nos ao nazismo e ao comunismo, onde governantes controlavam a educação e a informação para atingir seus objetivos, nem sempre os mais nobres.
Uma TV privada, para sobreviver economicamente independente, precisa atender a seu público, para que tenha audiência e anunciantes. A alternativa a ela é a TV pública ou a TV dependente de esmolas públicas. Entre o telespectador e o Estado decidindo o que é bom ouvir e ver, fiquemos com o consumidor telespectador!
N.E.: Veja no site do IL, do mesmo autor, Raízes da corrupção, A Economia na Política: uma revolução, Uma luz na escuridão – resenha.
Fonte da imagem: Wikipedia